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Acirp contesta votações na Câmara

Foto: Site Câmara Municipal

A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) divulgou nota à im­prensa afirmando que os ve­readores da cidade cometeram erros na formação das comis­sões permanentes da Câmara, em 1º de dezembro do ano passado, principalmente na composição dos colegiados responsáveis por emitir pare­cer aos projetos de lei que se­rão ou não levados para vota­ção em plenário.

Inquérito
A Acirp diz que “resposta dos legisladores à Promotoria de Justiça sobre aprovação re­lâmpago de aumento de salá­rios confirmou irregularidades na composição de grupos de trabalho”. Ou seja, a informa­ção da Associação Comercial e Industrial tem por base dados do inquérito civil instaurado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Votações
No documento, a entidade afirma que esses erros podem invalidar todas as votações fei­tas em 2023, incluindo o pro­jeto de lei que autoriza reajuste de 49,1% nos salários do chefe do Executivo, vice-prefeito, se­cretários e vereadores a partir de 1º de janeiro de 2025.

Outros temas relevantes aprovados neste ano tratam da Lei de Parcelamento, Uso e Ocu­pação do Solo (Plano Diretor) e da Lei de Diretrizes Orçamen­tárias (LDO de 2024), além de autorizar a prefeitura a assinar contratos milionários de finan­ciamento (um em dólar), afora o reajuste salarial dos servidores.

O presidente da Câmara, Franco Ferro (PRTB), promul­gou a lei nº 14.806/2023 em 21 de março, segundo consta no Diário Oficial do Município (DOM). A entidade questiona que alguns vereadores partici­pam de várias comissões, en­quanto outros estão em apenas algumas ou em nenhuma.

Acirp
“Quanto às infrações ao Regimento Interno da Câmara no que tange a própria forma­ção das comissões, o regula­mento da entidade determina que as comissões sejam forma­das de modo específico. Existe uma ordem a seguir e todos os 22 vereadores precisam estar contemplados em comissões antes que um dos representan­tes legislativos possa se repetir em outra comissão.”

A informação é do coorde­nador jurídico e de Relações Ins­titucionais da Acirp, Igor Lupino. Ele cita ainda que “o mesmo re­gimento pede, obrigatoriamente que seja montada primeiro, com cinco vereadores, a CCJ (Cons­tituição, Justiça e Redação). Na sequência, também com cinco membros, deve ser formada a Comissão de Finanças”.

“Como são as primeiras a serem formadas (com indicação de apenas dez dos 22 represen­tantes existentes), não há como justificar o fato de que os mes­mos vereadores estejam atuan­do, como indica o documento enviado ao MP, nas duas comis­sões. Só poderia haver repeti­ção de membros nas comissões quando todos os outros legisla­dores já estivessem lotados em alguma comissão, que não era o caso”, emenda.

Comissões
As principais são a de Cons­tituição, Justiça e Redação (CCJ) e a de Finanças, Orçamento, Fis­calização, Controle e Tributária. “As infrações constam em docu­mento apresentado como defesa pelos próprios legisladores no processo de investigação da Pro­motoria sobre a aprovação do reajuste de salário”, diz a Acirp.

“À época, o prefeito Duarte Nogueira (PSDB), que poderia ter vetado o projeto ou pedido alterações, não se manifestou”, diz parte do documento. A aprovação do reajuste dos salá­rios ocorreu em 23 de fevereiro. Após a aprovação do projeto, o chefe do Executivo teve, legal­mente, prazo de 15 dias para sancionar ou vetar o reajuste, mas preferiu ficar em silêncio.

Recurso
O reajuste foi promulgado pelo presidente da Câmara. Em 27 de fevereiro, a Associação Comercial e Industrial de Ri­beirão Preto, junto com outras entidades locais, recorreu ao Ministério Público de São Paulo solicitando investigação sobre a legalidade da aprovação do pro­jeto que autoriza o reajuste. Até o momento, o MPSP não se mani­festou sobe o assunto.

“A Acirp não é contra o re­ajuste, desde que seja justo e feito de forma transparente. O que houve foi uma aprovação relâmpago, sem análise dos impactos econômicos sobre a cidade e sem uma audiência pública, que tramitou de for­ma irregular, com vício de ini­ciativa e ausência de pareceres”, afirma Igor Lupino.

Câmara
Procurada pela reportagem a Câmara de Vereadores infor­ma que desconhece as alega­ções feitas pela Acirp e que se for notificada pelo Ministério Público sobre o assunto toma­rá as providências pertinentes e cabíveis. O promotor do Pa­trimônio Público de Ribeirão Preto, Sebastião Sérgio da Sil­veira, instaurou inquérito civil no dia 28 de fevereiro.

A Comissão de Constitui­ção, Justiça e Redação é a prin­cipal da Câmara. Atualmente é presidida por Renato Zucoloto (PP). Sérgio Zerbinato (PSB) comanda a de Finanças, Orça­mento, Fiscalização, Controle e Tributária. De acordo com a proposta, o subsídio mensal do prefeito passará dos atuais R$ 23.054,20 para R$ 34.384,86, au­mento de R$ 11.330,66.

Já o subsídio mensal do vi­ce-prefeito saltará dos atuais R$ 11.527,10 para R$ 17.192,43, um reajuste de R$ 5.665,33. O salário dos futuros secretários municipais, que recebem o mes­mo valor do vice-prefeito, será igual. O vencimento dos futuros vereadores subirá dos atuais R$ 13.809,95 para R$ 20.597,25, au­mento de R$ 6.787,30.

A remuneração dos dire­tores superintendentes das au­tarquias municipais vai subir. Assim como o vencimento dos presidentes das empresas mu­nicipais, cujo controle acionário pertença ao município, mas fica­rá limitado ao valor estabelecido para os secretários e do vice – de R$ 17.192,43 – e será fixado na forma da lei e dos estatutos so­ciais, de cada empresa.

Salários atuais e de 2025 em RP
Salário do prefeito *
Atual – R$ 23.054,20
Proposto – R$ 34.384,86
Aporte – R$ 11.330,66
Reajuste: 49,1%

Vice-prefeito, secretários diretores, presidentes e superintendentes
Atual – R$ 11.527,10
Proposto – R$ 17.192,43
Aporte – R$ 5.665,33
Reajuste: 49,1%

Vereadores
Atual – R$ 13.809,95
Proposto – R$ 20.597,25
Aporte – R$ 6.787,30
Reajuste: 49,1%

* Valores brutos

Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto

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