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Acidentes de trabalho avançam

AGÊNCIA BRASIL

Nesta quinta-feira, 28 de abril, quinta-feira, serão lem­brados os trabalhadores vitima­dos por acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, na data instituída pela Organização In­ternacional do Trabalho (OIT) como o “Dia Mundial em Ho­menagem às Vítimas de Aci­dentes e Doenças do Trabalho”. Em 1969, neste mesmo dia, 78 pessoas morreram na explosão de uma mina no estado da Vir­gínia, nos Estados Unidos.

Segundo o Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho, desenvolvido e mantido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em cooperação com a OIT, no âmbito da Iniciativa SmartLab de Trabalho Decente, nos últimos dez anos morreram 22.954 pessoas em decorrên­cia de acidentes de trabalho no Brasil. Entre 2012 e 2021, foram registradas em todo o país 6,2 milhões de Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs).

O Instituto Nacional do Se­guro Social (INSS) concedeu 2,5 milhões de benefícios previden­ciários acidentários, incluin­do auxílios-doença, aposen­tadorias por invalidez, pensões por morte e auxílios-acidente. No mesmo período, o gasto previdenciário ultrapassou os R$ 120 bilhões somente com despesas acidentárias.

Ribeirão Preto
Em Ribeirão Preto, nos últimos três anos, foram emi­tidas 11.269 CATs – 4.521 em 2019, mais 2.917 em 2020 e 3.831 em 2021, média de dez por dia, alta de 31,3% e 914 casos a mais do que no perío­do anterior, quando o mundo já convivia com a pandemia de coronavírus. A cidade con­tabiliza 26 mortes no triênio – oito em 2019, mais cinco em 2020 e 13 no ano passado, oito a mais e alta de 160%.

Despesa
Estes acidentes em Ribei­rão Preto custaram ao INSS R$ 299,5 milhões somente no ano passado. São R$ 69,2 milhões de despesas da Previdência So­cial com auxílio-doença e mais R$ 230,3 milhões de gastos previdenciários com aposenta­doria por invalidez. Segundo o Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho do MPT, os setores com maior emissão de CATs em 2021 no muni­cípio envolvem atividades de atendimento hospitalar (22%), supermercados e hipermerca­dos (4%) e restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas (3%).

Dias de Trabalho
No Brasil, o Observatório do MPT mostra, também, que nesses dez anos foram perdi­dos, de forma acumulada, cerca de 469 milhões de dias de tra­balho. Calculado com a soma de todo o tempo individual em que os afastados não puderam trabalhar, o número é uma das formas de medir, por aproxi­mação, os prejuízos de produti­vidade para a economia.

“A data é relevante para lembrar a sociedade da impor­tância de uma cultura de pre­venção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, espe­cialmente em um momento da história em que se privilegia a produtividade e o uso diuturno das tecnologias em detrimen­to do direito a um ambiente de trabalho seguro e à desco­nexão do trabalho”.

A declaração é do coorde­nador regional da Coordena­doria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho (Codemat) na 15ª Região, procurador Silvio Beltramelli Neto. Em âmbito nacional, se considerado o conjunto de ocupações e a totalidade de comunicações de acidentes de trabalho, os profissionais do setor de atendimento hospi­talar continuam a ter a maior quantidade de notificações em números absolutos e per­centuais no biênio 2020-2021.

Saúde
Com a pandemia, técnicos de enfermagem não apenas sofreram a maior quantidade de acidentes notificados em relação a outras ocupações, mas passaram de 6% do total no biênio 2018-2019 (59.094 CATs) para 9% do total (72.326) no biênio 2020-2021, um aumento de 22%.

No total, o número de be­nefícios acidentários concedi­dos pelo INSS no país voltou a disparar em 2021, com cres­cimento de 212% (de 72.367 em 2020, com a redução para 153.333 em 2021), mas ainda abaixo dos números regis­trados em 2019, ano anterior à pandemia (195.841). Des­tacam-se mais uma vez os afastamentos previdenciários acidentários por lesões graves.

Lesões
Na lista estão fraturas, am­putações, ferimentos, trauma­tismos e luxações (de 40.117 em 2020 para 93.820 em 2021, um aumento de 234%). Quanto ao adoecimento no trabalho, o número de afastamentos cau­sados por doenças osteomus­culares e do tecido conjunti­vo, inclusive LER-Dort, sofreu um aumento de 192% (de 16.211 para 31.167 casos).

Já o total de auxílios-doen­ça concedidos por depressão, ansiedade, estresse e outros transtornos mentais e com­portamentais (acidentários e não-acidentários) se man­tiveram em níveis elevados, na média de concessões dos últimos cinco anos anteriores à pandemia de covid-19 (com cerca de 200 mil concessões).

PIB
Estimativas da OIT apon­tam que essas ocorrências cau­sam a perda aproximada de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) global a cada ano. No caso do Brasil, esse percentual corres­ponde a aproximadamente R$ 350 bilhões anuais se conside­rado o PIB brasileiro de 2021, de R$ 8,7 trilhões.

“Em dez anos, a perda eco­nômica, sem contar as perdas familiares, os gastos do sistema previdenciário e de saúde, alcan­ça 3,5 trilhões de reais, segundo esse critério. Doenças e aciden­tes de trabalho afetam milhões, mas podem custar trilhões ao país”, observa o procurador do MPT e cientista de dados Luís Fabiano de Assis, coordenador da Iniciativa SmartLab.

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