Tribuna Ribeirão
Polícia

Acidentes consomem R$ 3,95 mi do SUS

Entre novembro de 2016 e o mesmo mês do ano passado, as internações hospitalares decor­rentes de acidentes de trânsito consumiram R$ 3,95 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS) em Ribeirão Preto. O custo mé­dio por pessoa foi de R$ 2 mil, segundo dados da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimen­to da Administração, Contabi­lidade e Economia (Fundace) divulgados no boletim Saúde do Centro de Pesquisa em Econo­mia Regional (Ceper).

O boletim mostra também que homens e em especial os motociclistas são maioria entre os internados, representando 75% e 65% das vítimas, respec­tivamente. Pedestres e ciclistas respondem por 20% das inter­nações sendo que a taxa média de óbitos foi de 1,8%. “A falta de ciclovias e de estrutura e sinaliza­ção para pedestres bem como a falta de educação para o trânsito têm impacto direto nestes núme­ros. Não se dá preferência para os pedestres nas faixas como ocorre em outras cidades do Brasil e do mundo e ainda falta fiscalização com relação ao consumo de álco­ol”, afirma André Lucirton Costa, pesquisador da Fundace e coor­denador do boletim.

“É importante destacar que o próprio Código de Trânsito Brasileiro coloca que veículos de maior porte são sempre respon­sáveis pela segurança dos meno­res, sejam eles motorizados ou não. E que os veículos em geral devem zelar pela segurança dos pedestres”, completa. Os dados levantados pela Fundace mos­tram que os homens jovens são as principais vítimas. 29,5% dos internados estavam na faixa etá­ria entre 20 e 29 anos e 22,26% entre 30 e 39. Pessoas entre 40 e 49 representaram apenas 14,45%.

Outros dados levantados pelo boletim apontam para o ín­dice de mortalidade dos aciden­tes. Mais uma vez as principais vítimas são do sexo masculino. Das 594 mortes por acidente de trânsito catalogadas no Sistema de Informações sobe Mortalida­de (SIM) do Ministério da Saúde, entre 2011 e 2015, 80% eram do sexo masculino.

Entre 2011 e 2015 houve redução de 27% no número de óbitos que caíram de 124 no primeiro ano do levantamento para 90 em 2015. O coordena­dor do boletim alerta, entre­tanto, para uma queda pontual em 2015. “Em 2014 foram 135 mortes e nos anos anteriores esse número variou entre 120 e 125. Não temos dados de 2016 que poderiam confirmar uma tendência de redução”, afirma André Lucirton Costa.

Da mesma forma que no le­vantamento sobre internações, os motociclistas também são a maioria das vítimas fatais. Em 2013 o percentual de motoci­clistas sobre o total de vítimas chegou ao recorde de 43%. Em 2015, pedestres e ocupantes de automóveis trocaram de posi­ção no ranking devido tanto à redução no número de mortes nos automóveis (de 27% para 11%) quanto à tendência de au­mento nos acidentes fatais com pedestres de 2013 para 2014 e de 2014 para 2015.

Acidentes fatais com ciclistas também aumentaram de 2012 para 2015 quando atingiram 11% do total. “Esse número chama a atenção diante do pouco que este modal representa dentro do siste­ma de transporte da cidade”, afir­ma Luciton. “Importante notar também que motociclistas, pe­destres e ciclistas representaram 76,6% das mortes em acidentes em 2015. Esse dado acende um sinal de alerta com relação à edu­cação e ao uso de equipamentos de proteção”, finaliza.

Com relação à faixa etária, os dados de mortalidade reforçam os resultados do levantamento sobre internações hospitalares. A faixa mais atingida é a de 20 a 29 anos, que reúne 22,2% dos óbitos, seguida pela categoria de 30 a 39 anos, com 18,9% do total de mor­tes. O boletim completo está no site do Ceper/ Fun-dace (www.fundace.org.br/_up_ceper_bole­tim/ceper_201802_00345.pdf).

Os números da pesquisa
– Internações custaram R$ 3,95 milhões ao SUS em um ano
– Custo por pessoa: R$ 2 mil
– Acidentes com homens: 75%
– Com motociclistas: 65%O
– Pedestres e ciclistas: 20% das internações
– Taxa média de óbitos: 1,8%.
– 29,5% dos internados tinham entre 20 e 29 anos
– 22,26% dos internados tinham entre 30 e 39
– Pessoas entre 40 e 49 eram 14,45%.
– 594 mortes entre 2011 e 2015
– 80% eram homens
– Mortes em 2011: 124
– Mortes em 2012: 120
– Mortes em 2013: 125
– Mortes em 2014: 135
– Mortes em 2015: 90
– Queda entre 2011 e 2015: de 27%
– Pessoas de 20 a 29 anos: 22,2% dos óbitos
– Pessoas de 30 a 39 anos: 18,9% os óbitos

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