Um trem do Paquistão colidiu com vagões descarrilados de outra composição nesta segunda-feira, 7 de junho, matando ao menos 36 pessoas, disseram autoridades de governo. O acidente mostra o estado ameaçador de um sistema ferroviário de mais de 165 anos de idade. O número de mortos provavelmente aumentará, já que agentes de resgate estavam com dificuldade para alcançar pessoas aprisionadas em vários compartimentos esmagados e espalhados pelos trilhos em Sindh, província do sul do país.
Um porta-voz da Pakistan Railways disse que ao menos 33 corpos foram levados a hospitais, entre eles os de duas autoridades ferroviárias. Mais de 100 pessoas ficaram feridas, afirmou à Reuters. O policial Umar Tufail disse que o número subiu para 36 pessoas e que seus homens conseguiam ver mais quatro corpos presos nos destroços. “Ainda não conseguimos retirá-los, mas uma operação está em andamento para isso”, informou aos repórteres no local. “Salvamos mais três pessoas; elas estão feridas”, acrescentou.
Um passageiro ferido, que estava no trem que descarrilou, contou como uma calamidade levou à outra. “Nós nos sentimos atirados para longe”, disse ele, com a cabeça enfaixada, a um repórter de televisão no hospital, ao falar do descarrilamento inicial do trem em que viajava. “Depois, um segundo trem atingiu o nosso, o que causou mais danos.” O porta-voz da Pakistan Railways disse ainda que vários vagões do primeiro trem tombaram nos trilhos adjacentes, após o descarrilamento no distrito de Ghotki.
Em seguida, o segundo trem, que vinha na direção oposta, se chocou com eles, acrescentou. “O condutor tentou acionar os freios de emergência, mas a locomotiva atingiu os vagões espalhados”, disse a Pakistan Railways em um relatório inicial. “A linha tem problemas em vários pontos, os vagões são antigos, alguns têm até 40 anos”, afirmou a autoridade ferroviária Khalid Latif à Geo News TV.
“Eu disse a chefões várias vezes: ‘Por favor, façam algo a respeito disso'”. O primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, escreveu no Twitter que está chocado com o acidente “horroroso” e que está determinando uma investigação abrangente sobre a segurança ferroviária.