Praticamente um em cada quatro ribeirão-pretano optou por não votar nas eleições de domingo, 7 de outubro, quando milhões de brasileiros foram às urnas. O índice de abstenção em Ribeirão Preto superou as médias registradas no Estado de São Paulo (21,53%) e em todo o Brasil (20,32%). Dos 443.222 eleitores da cidade aptos a votar no pleito deste ano, 105.650 não participaram, 23,84% do total, segundo os dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP). Compareceram às 1.300 seções eleitorais – distribuídas em 123 locais de votação – 337.572 pessoas, 76,16% do eleitorado.
O nível de abstenção deste ano, no entanto, não é o mais alto já registrado na cidade. Nas eleições municipais de 2016, em meio aos escândalos da Operação Sevandija, que resultou no afastamento de nove vereadores e de ex-secretários municipais da época – a então prefeita Dárcy Vera (sem partido) só foi afastada depois do pleito –, o índice chegou a 27,62% no segundo turno, o maior em quatro décadas. Com mais de um quarto de ausentes em relação ao total, foi o município que teve a maior proporção de eleitores que deixaram de ir às urnas para a escolha do chefe do Executivo.
Naquele ano, a proporção de 27,62%, o equivalente a 120.257 pessoas, foi a maior tanto entre as eleições para prefeito e vereadores que tiveram segundo turno desde 1992, quanto entre aquelas com apenas uma etapa desde 1976. O número ficou próximo do total de votos conquistados pelo primeiro colocado na cidade, Duarte Nogueira Júnior (PSDB), com 147.705 votos, e foi superior aos 111.697 obtidos pelo segundo colocado, Ricardo Silva (PDT, hoje no PSB).
Segundo o balanço do Tribunal Superior Eleitoral, a cidade também registrou 22.596 votos em branco e 49.628 nulos na eleição para governador e 9.918 e 22.803 para presidente, respectivamente. Somando as abstenções com os votos brancos e nulos, Ribeirão Preto fechou o primeiro turno com 138.371 pessoas que preferiram não votar para a Presidência da República e 177.874 para o governo de São Paulo, entre 31,22% e 40,13%.
A abstenção em Ribeirão Preto só ficou atrás dos percentuais de votação dos candidatos Jair Bolsonaro (PSL), com 58,32% na corrida para o Palácio do Planalto (177.963 votos), e João Dória (PSDB), com 38,13% na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes (99.663). Superou os índices de todos os demais candidatos à Presidência da República e ao governo de São Paulo, inclusive de Ciro Gomes (PDT) – recebeu 38.736 votos, 12,6% do total – e de Fernando Haddad – escolhido por 33.410 eleitores, 10,9% dos votos válidos. Em relação aos candidatos a governador, superou Márcio França (PSB), que obteve 53.513 votos (20,47%) e Paulo Skaf (MDB), com 45.611 (17,45%).
Em todo o País, um em cada cinco brasileiros preferiu não participar do pleito de domingo. De acordo com dados do TSE, 29.719.056 pessoas não compareceram às seções eleitorais – uma taxa de 20,32%. Esse é o maior índice desde 2002 (segundo verificado quando 99,42% dos votos estavam apurados). De acordo com o tribunal, 147.302.354 brasileiros estavam aptos a votar para presidente da República, governadores, dois senadores, deputados federais, estaduais e distritais em cada uma das 27 Unidades da Federação (UF).
O volume total de abstenções é apenas menor que o número de votos obtidos por Jair Bolsonaro (PSL), 49,1 milhões; e por Fernando Haddad (PT), 30,9 milhões. O número de votos em branco na eleição presidencial foi de 3.095.689 (2,65%) e o número de votos nulos foi de 7.161.245 (6,14%). Somando abstenções, brancos e nulos o total é de mais 39,9 milhões de pessoas que preferiram não ir votar ou escolher um candidato à Presidência da República.
A abstenção no estado de São Paulo chegou a 21,53% no primeiro turno das eleições. No total, 7.111.052 deixaram de votar. O percentual é exatamente o mesmo do segundo lugar na disputa pelo cargo de governador, Márcio França (PSB). Houve aumento de dois pontos percentuais se comparado com as eleições presidenciais e para governador de 2014, quando 19,5% não votaram.
Em número de eleitores, isso representa mais de 850 mil pessoas, de 6,2 milhões em 2014 para 7,1 milhões este ano. O percentual vem crescendo: em 2010 eram 16,4%, em 2006, 15,21% e em 2002, 15,3%. Todos percentuais se referem ao primeiro turno. Com 100% das urnas apuradas, às 23h17, João Doria obteve 6.431.427 votos (31,77%) no primeiro turno e Márcio França, 4.358.887 votos (21,53%), segundo o TSE. Paulo Skaf (MDB) recebeu 4.269.743 votos (21,09%) e ficou em terceiro lugar.
Nulos
O número de votos nulos bateu recorde nas eleições para governador em São Paulo. Ao todo, 3,5 milhões de pessoas anularam o voto, o equivalente a 13,7% dos total – o maior número desde 1998. Os dados mostram um descolamento em relação aos votos brancos, que registraram queda nesta eleição. Neste domingo, 1,8 milhão de eleitores no estado votaram em branco, o equivalente a 7% dos votos válidos.
A soma dos brancos e nulos chegou a 5,3 milhões de votos, ou 20,6% do total. O número é superior ao registrado pelo segundo colocado na disputa, o candidato Márcio França (PSB), que recebeu 4,3 milhões de votos. João Doria (PSDB), que liderou no primeiro turno, recebeu 6,4 milhões de votos.