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Política

Abaixo-assinado pede transferência de Bambi

FOTO: JF PIMENTA/ARQUIVO

A organização não go­vernamental Os Doguinhos lançou, no site Petições da Comunidade (avaaz.org), a campanha “Prefeitura de Ri­beirão Preto, comece a agir e libera a Elefanta Bambi #li­berabambi”. A ONG defende a adesão ao abaixo-assinado virtual que pede a transfe­rência da aliá Bambi para o Santuário dos Elefantes, na Chapada do Guimarães, no Mato Grosso. O documento já tinha, até esta quarta-feira, 24 de junho, 5.434 assinaturas.

No texto de abertura do abaixo-assinado, a ONG afir­ma que em Ribeirão Preto Bambi vive em condições ina­dequadas e que a transferência proporcionaria “uma velhice tranquila” ao mamífero. Atu­almente, a aliá divide um re­cinto no Bosque e Zoológico Municipal Doutor Fábio de Sá Barreto. Em um trecho, o texto lembra que “o santuário para elefantes no Brasil tem 1.140 hectares de área nativa preser­vada (equivalente a 1.736 cam­pos de futebol).

Reforça que oferece “assis­tência contínua especializada, e se dispõe a realizar sua trans­ferência sem custos financeiros para o zoológico e prefeitura de Ribeirão Preto e a recebê­-la (Bmabi) para que viva com liberdade e muito próxima à vida natural, inclusive com a presença de outros elefantes que lá residem”.

A eventual transferência de Bambi voltou à cena po­lítica nesta semana, quando o vereador Isaac Antunes (PL) afirmou ao Tribuna que decidiu iniciar negocia­ção junto à Secretaria de Es­tado da Infraestrutura e do Meio Ambiente (Sima) para viabilizar a viagem da aliá para o Mato Grosso.

O governo Duarte Noguei­ra Júnior (PSDB) disse que o vereador já esteve na prefeitu­ra e no Bosque Fábio Barreto tratando deste assunto. No ano passado, o Tribuna já havia divulgado que o santuário no Mato Grosso desejava levar as duas aliás que vivem no zooló­gico de Ribeirão Preto, Bambi e Maison. Na época, após con­sulta, a Sima, por meio do De­partamento de Fauna (Defau), emitiu parecer aconselhando o zoo a evitar a doação de Bam­bi. O pedido de transferência havia sido feito pelo próprio zoológico municipal e pelo Santuário dos Elefantes.

Na prática, o relatório considerou o fato de Bam­bi ser cega do olho esquer­do, ter problemas de saúde e idade avançada e poderia não aguentar a viagem lon­ga, cansativa e estressante – a distância entre Ribeirão Pre­to e a Chapada dos Guima­rães é de 1.250 quilômetros, cerca de 16 horas no mínimo.

A convivência de Maison e Bambi
Em matéria divulgada na ter­ça-feira (23) pela Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) da prefeitura, o diretor do Bosque e Zoológico Municipal Doutor Fábio de Sá Barreto e zootec­nista Alexandre Gouvêa afirmou que o processo de junção das aliás Maison e Bambi, que prevê a convivência das duas num mesmo recinto do zoo, segue progredindo com êxito. Os animais estariam dividindo o mesmo espaço, amparados por duas cercas de proteção, uma que assegura a parte frontal do recinto onde fica o fosso e outra que divide o espaço ao meio para facilitar o manejo. Segundo ele, os procedimentos adotados foram orientados pela Associa­ção dos Zoológicos e Aquários do Brasil (Azab) seguindo parâ­metros técnicos e legais. “O próximo passo será retirar a cerca que as separa e dar conti­nuidade à integração entre elas”, garante. Já o médico veterinário Cesar Branco, encarregado do Bosque Fábio Barreto, diz que a saúde das duas elefantas é estável e que ambas passam por exames e acompanhamento mé­dico veterinário regularmente. Sobre uma possível transferên­cia de Bambi, a bióloga Marisa dos Santos, que há 26 anos atua no zoo, desaconselha a medida, considerando a idade avançada dos animais e suas peculiarida­des, como é o caso de Bambi, que é cega de uma vista e tem problemas de dentição. “Ela passou a vida toda em circo e depois em zoológico. É um animal muito idoso e tem um cuidado especial na sua alimen­tação, com comida que não seja muito dura para não prejudicar ainda mais sua dentição. Ela se sente segura perto de pessoas. Ser transferida sozinha, nessa idade, sem nenhum tipo de trei­namento e ser submetida a uma longa viagem seria fator de es­tresse muito grande a um animal que está adaptado num lugar, que reconhece seus cuidadores e tem tratamento especial de alimenta­ção”, orienta a bióloga. Nesta quarta-feira, a prefeitura também informou ao Tribuna , após ser questionada, a idade exata de Bambi. Isso porque quando ela chegou ao zoológico, em 2014, a idade divulgada pelo município era de 36 anos. Portan­to, hoje estaria com 42 anos e não os 58 anos divulgados anteon­tem pela prefeitura. Diz o texto: “Na época da chegada de cada animal, as idades foram dadas por estimativa pelos ex-pro­prietários. Em 2016 recebemos a visita do especialista inter­nacional em elefantes, que ministrou um curso de manejo da espécie em Santa Catarina, curso do qual participamos, e ao avaliar os animais ele disse que pelas suas características físicas, entre outras, elas eram mais velhas, especialmente a Bambi devia ter cerca de dez anos a mais que a idade que nos foi informada”, conclui. Já Maison estaria com 48 anos. Ela chegou em 2011.

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