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A virada da virada: aproveite

Hoje é aquele dia que tem todos os anos. Todos sabemos como termina. De preferência numa reunião entre amigos e familiares.

Entre “tapas e beijos”, um gole a mais faz a animação para enter­rar o ano velho, esquecer as agruras que vieram sem pedir, nem por elas esperar.

Neste crepúsculo de mais um ano, às vezes, alguma surpresa acon­tece. Como a da filha que resolve apresentar o futuro genro, anunciar a chegada do primogênito que vai ter o mesmo nome do patriarca da família. Tudo para aumentar a expectativa pelo ano que vai nascer.

Toca o celular. É aquele amigo que nunca lembra de você, mas es­pera ser o convidado de última hora. Esses existem e nos fazem falta.

O ano velho está de saída (nunca se sabe prá onde…, com quem vai e nem porque), mas sempre há o convidado da “boa memória” que resolve lembrar as variações do dólar, dos juros, dos outros indi­cadores econômicos, que nos incomodaram na maior parte do ano. Mas que resolveram ceder ao nosso gosto neste final.

Em meio às melhores lembranças do ano que se vai, cruzam­-se os olhares (da futura sogra) às insinuações do jovem membro do clã (o genro), que pode estar querendo um lugar no camarote do patriarca, mesmo que esteja vestido de corintiano provocador, palmeirense de queixo caído, são-paulino esperançoso ou santista frustrado. É tudo que nos impõe a “ditadura” do Mengo (o Maior, o Mais Temido, o Campeão, a Nação Rubronegra do Galvão, mas também o Matador de Jovens Idealistas).

Nesta hora nunca se sabe bem quem é o pretendente daquela ex-normalista.

Se o futuro genro é dado a falar de política, recomenda-se evitar a análise sobre ex-presidentes (presos, soltos ou com data quase cer­ta). Afinal, já não se entra mais prá Lava Jato, agora estão voltando da Lava Jato (…)

O ano velho já está ficando na saudade.

Começou desacreditado, menos para um ex-capitão que já quer fincar os pés no Planalto por mais tempo. Está animado com o cres­cimento das vendas no Natal, com os novos empregos, mas andou caindo e quase fez companhia ao Gugu.

As “tempestades” das queimadas e outras intempéries do ambiental não afetaram o ex-capitão “genial”, que fala simples, sem rodeios, agride e pede desculpas, diz palavrão e do “baixo clero” mostra-se afeito ao “baixo calão” (!!!). Levou facada e faz tudo pro marketing. Collor deve estar invejoso.

Se o ano velho começou mal, exorcizou, transmudou, ficou bom! O futuro a Deus pertence.
Salve o ano velho!

Ele se vai, mas deixa as esperanças de sempre.

Queremos mais vidas, mais empresas, mais empregos ou qual­quer trabalho que seja. As pessoas estão pensando diferente. Um guardador de automóvel à porta de um Banco na Fiúsa já diz que não quer carteira assinada, quer TRABALHO com dignidade. Ali ele ganha, sustenta a família e, à noite, faz bico num carrinho de lanche num terreno baldio ao lado do barraco. (“Doutor, não falta nada prás crianças lá em casa”.)

Até o jovem genro pode estar “armando” um “negócio” para o casal. Assim se vencerá no futuro, com ou sem diplomas das Univer­sidades, com ou sem aplausos dos patriarcas.
Adeus ano velho. Feliz Ano Novo!

Queremos nossas crianças nas creches, nas escolas, mais saúde, me­nos sofrimento, pontilhões ou grandes avenidas (são importantes, mas não essenciais) para o caminhar dos desabrigados que só tem meia dúzia de vira-latas, humilhados pelos poderosos (governantes ou não).
Feliz Ano Novo ! Com ou sem mega da virada.

Em 2020, queremos que todos tenham paz, muito dinheiro no bolso e uma mão a lhes empurrar… a do nosso D E U S !

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