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A vez e a voz dos municípios

No início da semana, segunda e terça-feira, dias 13 e 14 de março, participei em Brasília da 84ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), entidade da qual fui secretário-ge­ral nos últimos dois anos e que no encontro fui eleito vice-pre­sidente de Relações com o Congresso Nacional para o biênio 2023-2025. A reunião na capital federal debateu os desafios das médias e grandes cidades brasileiras e contou com a presença de ministros do governo federal e até do vice-presidente e do presi­dente da República no segundo dia do evento, quando aconteceu a posse dos novos eleitos para dirigir a FNP.

Defensor dos municípios, eu sempre disse que os problemas brasileiros são os problemas das cidades brasileiras. Se os solu­cionarmos nos municípios, estamos solucionando os problemas do Brasil. Mas para que os prefeitos tenham condições de gover­nar melhor, é preciso ampliar de forma substancial a discussão das demandas das cidades nas outras duas esferas de governo, notadamente na União, que aparentemente está mais distante das cidades.

É fundamental manter este diálogo com todas as demais esferas de governo, priorizando os desafios que se apresentam nas cidades, local onde vivem as pessoas e onde elas buscam respostas para seus problemas. Além de discutir questões impor­tantes para as cidades, nesta edição do encontro entre prefeitos e membros do governo federal, fizemos o lançamento da Bancada da FNP no Congresso Nacional. A participação de deputados e senadores da República na discussão com os municípios é um marco na representatividade das médias e grandes cidades no parlamento e na articulação dos interesses desses municípios.

Organizados na FNP vamos conquistar para os municípios os benefícios que eles merecem, como a discussão de uma refor­ma tributária que resulte em mais recursos para as cidades, uma vez que o pacto federativo hoje estabelecido prioriza a arrecada­ção de receitas pelo governo federal, com distribuição gradual e nem sempre justa à instância de governo que responde pelos custos das políticas públicas, que é o município. A melhoria na distribuição das receitas públicas permitirá mais autonomia e mais demandas solucionadas nas suas origens.

É justamente destas soluções que falo e que devem ocorrer nas cidades. Se as demandas de saúde, por exemplo, são resol­vidas (pelo menos em sua maioria) nos municípios, Estado e União desobrigam-se de empregar recursos para solucioná-las. O mesmo ocorre com educação, assistência social, cultura, esportes etc., que responderão já na gestão dos municípios por seus desafios que sempre aparecem.

É claro que a divisão não será exatamente a necessária para enfrentar todos os obstáculos, até porque é praticamente impos­sível a isonomia, em função das enormes diferenças regionais vividas em nosso país, mas deve ser a mais equilibrada possível. E se a discussão está aberta, sempre é possível avançar.

E foi pensando em soluções como estas que já na sema­na passada, em uma reunião preparatória do encontro desta semana, encaminhamos já alguns assuntos, como a defesa da autonomia dos municípios na arrecadação, a partir do que está proposto no Simplifica Já, mantendo-se o diálogo sempre aberto para ampliar o debate de temas de grande importância na admi­nistração pública, nas três esferas.

Tenho esperança nos bons resultados de um trabalho de­senvolvido em equipe e com afinco, como este que fazemos na FNP em defesa dos municípios, sempre buscando o melhor para nossas cidades e, por extensão, para todos os nossos cidadãos. Sem ficar nenhum para trás.

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