Neste momento em que os casos de covid-19 crescem e os serviços médicos e hospitalares têm demanda ampliada em função da busca por atendimento e internações, o fornecimento de vacinas deve ser a principal prioridade dos gestores dos diferentes níveis de governo. Todas as medidas disponíveis devem ser adotadas para que a imunização chegue o mais rápido possível para todas as pessoas. Enquanto todos não estiverem vacinados, os riscos de transmissão e contaminação continuarão a existir, por mais que se adotem cuidados para barrar o crescimento do número de casos positivos da doença.
Exatamente por isso o assunto tomou conta dos debates em torno da doença. Enquanto as diretrizes nacionais se mostram frágeis, governadores, prefeitos e parlamentares se mobilizam das formas em que conseguem para adquirir as doses de vacinas para aplicação na população. Já participei de reunião da Frente Nacional de Prefeitos para discutir o assunto e chegamos à conclusão que o ideal será a formação de um consórcio de municípios para a aquisição dos imunizantes. Foi o primeiro passo. E demos o segundo passo, porque manifestei o interesse de Ribeirão Preto em adquirir os imunizantes de forma consorciada. Nosso objetivo é imunizar a população para evitar mortes e tanto sofrimento que essa doença tem causado às famílias brasileiras.
As formas como isso irá acontecer ainda estão em definição, mas é certo que os estados e municípios encontrarão soluções para a aquisição das vacinas, quando o governo federal não suprir as necessidades. Com maior agilidade, em função da burocracia mais leve, os governos estaduais e municipais conseguirão as doses de forma mais rápida e, assim, completar os ciclos de vacinação em período mais curto. Com a imunização a tendência é a diminuição da transmissão e a consequente redução de casos e o afrouxamento da pressão sobre o sistema de saúde.
Mas enquanto a vacinação não chega a todos, os cuidados para barrar a transmissão devem ser mantidos com todos os rigores que a doença exige. Porque as autoridades buscam soluções, mas cabe a todos nós evitar a transmissão com hábitos simples, como o distanciamento, o uso de máscaras, higienização constante das mãos etc. Não é raro encontrar pessoas nas ruas sem máscaras ou com ela no pescoço ou queixo. Enquanto essa situação continuar, não há medida administrativa e nem estrutura médica e hospitalar que consiga conter o avanço do número de doentes.
Voltando às medidas, além da reunião dos prefeitos que deve resultar na criação do consórcio para a aquisição das vacinas, também ocorreu nesta terça-feira, dia 02, reunião do governo estadual paulista com prefeitos do Estado justamente para discutir medidas de contenção do avanço da doença, entre elas – e principalmente –, a vacinação. E qualquer ação que traga a imunização deve ser considerada por todos e adotada por quem possui mecanismos para isso.
Por exemplo, os deputados federais aprovaram nesta terça-feira, projeto de lei oriundo do Senado que prevê a permissão a estados, municípios e iniciativa privada a compra de vacinas, com regras estabelecidas para que inicialmente as empresas privadas comprem e doem as doses ao SUS, até que os grupos prioritários estejam imunizados. O projeto aprovado agora vai à sanção do presidente da República.
A legislação tem grande importância na oferta de vacinas de forma mais rápida, mas deve representar apenas uma ajuda ao Plano Nacional de Imunização. O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deve manter o seu trabalho de coordenação nacional e de aquisição e distribuição das doses, para que a vacinação possa atingir a todos os cidadãos de todas as unidades da federação.