Tribuna Ribeirão
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A traição 

Feres Sabino *
advogadoferessabino.wordpress.com

A Constituição, que é o pacto de convivência social, votada e promulgada depois da maior consulta popular realizada no país, num processo democrático de debates prolongados, e finalmente colocado no mundo jurídico-social, com a designação memorável de Ulisses Guimarães, como “Constituição Cidadã” é a “bíblia sagrada” sobre a qual, servidores públicos, e com destaque aqui para  vereadores, prefeitos, governadores, deputados e Presidente juram cumprir e fazer cumpri-la, ainda defendendo as instituição democráticas.

Esse texto inspirador da vida diária da cidadania foi e é violentada seguidamente por apoios composição da Câmara de Deputados, presidida pelo sinistro Artur Lira, gestor da maior corrupção instituída no país,  que são as emendas parlamentares, que chegaram ao ponto de abastecer senadores e deputados de bilhões para distribuição corrupta a seus comparas, que lhe dão vitorias eleitorais, e ainda não querem nem transparência, nem identificação de lugar e necessidade, como Flávio Dino o está exigindo, em defesa dos princípios e das regras constitucionais.  

Essa afronta à cidadania brasileira não é a única, nem a primeira, porque o cordão claro e determinado foi realizado durante quatro anos de propagação do ódio, e de centralização da critica no Supremo Tribunal Federal, criando um movimento de destruição que  fanatizou  incautos, inocentes uteis, corruptos,  sonegadores, civis e militares, todos interessados nas gordas facilidades do Poder, especialmente se não houver freio e contrapeso de fiscalização e de limite.

Até se ouviu de um leão ocasional, que não respeitaria mais as decisões do Supremo Tribunal Federal, em discurso feito à porta dos quarteis de “seu exercito”, e que agora descarnado pelas revelações de crimes sequenciais aparece, como um cordeiro pedindo anistia ao próprio Supremo Tribunal Federal,  abastecido por investigação da Policia Federal sobre o covil de criminosos em que foi convertido o Palácio do Planalto durante os quatro anos de ódio propagando e de tentativa de envolvimento de militares na tentativa de golpe, com realização prévia de violência, que seria sucedida por atos autorizativos da intervenção militar,  com discurso presidencial pós golpe, descoberto na sala reservado do PL, partido oficial do golpe, com o planejamento de execução frustrada da morte do Presidente e Vice Presidente eleitos e do Ministro Alexandre de Morais.

Nesse quadro de terror no  qual até lideres religiosos refazem sua pregação de virulência política, dizendo agora que política não pode entrar nos cultos, envergonhados de fazerem um ato claro de confissão e arrependimento, é entristecedor que políticos tentam, logo logo, com declarações apressadas e vaziais de  verdade e conteúdo ético-político,  tapar o sol com peneiras de intenções eleitorais, contento que a banda da estupidez nacional possa lhe garantir dinheiro e apoio político em futuras eleições.

É o caso entristecedor dos governadores do Paraná, de São Paulo e de Goiás, cuja ambição levam-nos ao absurdo de desconhecer a solidariedade federativa, que a Constituição impõe como forma convergente de fazer a redenção do Brasil.

Estados e União têm um entrelaço de poderes e atribuições que só tem sentido de convergência e necessidade de esforço comum em todos os setores da vida municipal, estadual e federal.

Essas três figuras, pretendentes ao casamento continuado com a extrema direita, na linha de propagar o descrédito da Policia Federal, falando como um agrado gratuito e mal intencionado, contra as provas volumosas, compridas, exageradas contra o golpista engendrado no país, com requintes de crueldade, até com previsão e morte de autoridades publicas assassinadas por servidores públicos, exatamente militares, que pagamos para nos defender, e aquelas figuras publicas, exercentes de poder policioso, procuraram minimizar,  somo se tudo fosse do conhecimento deles, pois, desmentem  categoricamente – contra o óbvio ululante — o que diariamente surge como provas e mais provas da canalhice traidora da nação brasileira.

Ser de esquerda e direita, no plano político-ideológico, é absolutamente natural. Agora, a extrema  direita  desventrada  na sua real e concreta estupidez não poderia servir de estímulo a solidariedade disfarçada dos três governadores, dois deles, o de São Paulo e do Paraná, que se mostram desconhecedores dessa solidariedade federativa e democrática, enquanto o de Goiás, já há mais tempo na militância política, imagina, esperta e erroneamente, usufruir frutos ponderáveis para sua ambição presidencial.

Mas, os três se qualificam como traidores da solidariedade federativa que só tem a encimá-la os símbolos nacionais, que não alimentam nenhuma traição de princípios e valores nacionais. E eles juraram cumprir e fazer cumprir, mas sem alma e consciência.

Um oportunismo político, que leva a pecha de traição.

* Procurador-geral do Estado no governo de André Franco Montoro e membro da Academia Ribeirãopretana de Letras 

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