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A ternura de Deus em meu sacerdócio!

Há 29 anos, na manhã de um sábado, dia 20 de janeiro de 1990, Festa de São Sebastião, na Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto, ajoelhado sobre o túmulo do primeiro bispo de nossa Arquidiocese, Dom Alberto José Gonçalves, por imposição das mãos de nosso amado Dom Arnaldo Ribeiro, fui ordenado sacerdote para sempre! Muitos erros e acertos, grande experiência de vida e profunda grati­dão a cada dia, sem nenhum momento de arrependimento, pelo sim dado com minhas mãos entre as mãos do arcebispo.

Quantas pessoas passaram por minha vida nestes 29 anos? Pela vida de quantas pessoas passei eu? Penso ser um momento de avalia­ção, de balanço, de gratidão e de pedido de perdão, pelas vezes em que não consegui ser um bom padre! Escolhi como lema sacerdotal, a quinta bem-aventurança do Sermão da Montanha: “Bem-aven­turados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7), já que sempre me senti um servo inútil e indigno da graça do ministério sacerdotal! Mesmo assim Deus me quis padre, tamanha é Sua Bondade, Seu Amor e Sua Misericórdia para comigo.

Ao longo do amadurecimento no meu exercício ministerial, fui descobrindo que a melhor maneira de ser fiel ao sacerdócio, é adotar a Teologia da Ternura! Mesmo que não tenha conseguido ser fiel, como quis ou deveria sempre me acompanhou o esforço pessoal por ser um sacerdote bom e misericordioso, a exemplo de São João Maria Vianney, o Cura D’Ars, cuja vida conheci no pri­meiro seminário que me acolheu na Arquidiocese de Porto Alegre (RS), dedicado a ele.

Como ele, o sacramento que mais gosto de celebrar é o da recon­ciliação, depois, é claro, da eucaristia. Como é bom ser dispensador do perdão de Deus àqueles que perderam sua paz interior para o pecado. Pois é no sacramento do perdão que Jesus nos devolve a paz que o pecado nos rouba. Tenho sido muito feliz ao acolher tantas pessoas em nossa amada Santo Antoninho, Pão dos Pobres, que é para mim, o lugar ideal para a santificação de meu sacerdócio, cola­borando na santificação dos irmãos!

Como coroinha na Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus, no bairro Santo Afonso, e coordenador da catequese, regente do coral e animador de comunidade na Capela Santo Antoninho, no bairro Liberdade em Novo Hamburgo (RS), ou brincando de missa com os vizinhos na estrebaria de casa, minha vocação ao sacerdócio foi se confirmando a cada dia que passava.

Sentia sempre a necessidade de perdoar, desde tenra idade a quem me ofendesse ou machucasse. Nunca consegui bater em ninguém. Mas sempre fui muito peralta e, mais pedia perdão do que precisava perdoar. Daí meu lema sacerdotal ser a bem-aventurança da misericórdia.

Que eu consiga viver meu sacerdócio pautado nos olhos de Deus, que promovem a justiça e amar as pessoas com o coração de Jesus, que dão sentido ao meu lema e à minha fidelidade sacerdotal: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericór­dia! E em cada eucaristia que celebro, cabem todas as pessoas que me ajudaram a ser padre, no precioso cálice do Senhor, como minha mais sublime e profunda gratidão!

Para selar a ternura de Deus em meu sacerdócio, celebrarei com a querida comunidade da Igreja Santo Antoninho, na avenida da Saudade nº 202, nos Campos Elíseos, às nove horas, como celebro há dez anos e nove meses. Como será domingo, substituindo irmãos padres nas missas vespertinas em Sertãozinho, estarei ausente das Redes Sociais, especialmente com telefones desligados!

Aqueles que desejarem me cumprimentar, por favor, façam-no na oração por mim e sintam o carinho de minha oração por cada um dos que meu sacerdócio permitiu amar!

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