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A soberania tem que ser exercida pelo povo!

A palavra da moda no Brasil da atualidade é a narrativa, usada indis­criminadamente, principalmente pelos detentores de cargos públicos, pois sabem de cátedra que uma narrativa encadeada entre o real e o imaginário tem um efeito positivo, pois uma narrativa que sabe colocar os sofismas nos lugares corretos vai ao encontro das ideias já trabalhadas nos subconscientes de uma parcela da população, que recebe e interioriza através das redes sociais estes sofismas em forma de notícias, e este esquema é tão poderoso que a figura do juro que vi – que marcou tantas eleições destruindo reputações e mudando o cenário eleitoral, continuam agindo no cotidiano devastando conceitos.

Estas narrativas fantasiosas e mentirosas criam um campo fértil para que as alucinações de gente sem qualidade ética e moral se materializem. Há um movimento sectário saído dos porões obscuros, que se prolifera entre os bol­sonaristas, onde a figura do juro que vi é o ator principal.
Este movimento tem o objetivo de apagar as malevolências, crimes e atrocidades ocorridas durante a ditadura cívico-militar. No passado a figura do juro que vi proliferava suas mentiras através de diálogos previamente combinados, que aconteciam em locais públicos, preferencialmente no transporte coletivo, mas veio à moder­nidade da internet, e as redes sociais passaram a ser a principal ferramenta de proliferação de notícias falsas e criminosas.

A reconstrução do continente europeu pós Segunda Guerra Mundial precisou da fraternidade, solidariedade e do compartilhamento entre os países para criar o Estado de Bem Estar Social, no entanto o capital financeiro radicado principalmente na terra do Tio Sam, não absorveu estas mudanças, e tratou de combatê-las. A volta do capitalismo raiz perpetuado na figura de Adam Smith, colocou uma nova roupagem fazendo surgir o Neoliberalismo, que começou a excluir o Estado das políticas de bem estar social, como ouve resistência dos países europeus, concentraram suas políticas desumanas nos países em desenvolvimento, e com isso as populações pobres destes países es­tão servindo de laboratório para essa gente medir a capacidade de sofrimento que os pobres suportam, com a conivência criminosa dos políticos locais vão auferindo cada vez mais altos lucros.

O movimento ocorrido no Brasil em 2013, não foi espontâneo, foi pla­nejado e executado com perfeição, mas não foi só nas terras tupiniquins que isso ocorreu, foi um movimento radical capitaneado pelos fundamentalistas religiosos, para que as políticas da Idade Média florescessem novamente. No Brasil o novo pentecostalismo foi o braço direito deste retrocesso. Tendo a bandeira do reacionarismo à frente usam o nome de Deus para convencer os incautos que o passado era maravilhoso e que não houve ditadura no Brasil, que foi tudo invenção do comunismo e da esquerda.

Como exaltar um passado onde as mulheres não tinham o direito ao sufrágio universal, eram propriedades de seus maridos, que dispunham das suas vidas como lhes conviesse, e era natural serem assassinadas, e seus algozes normalmente eram absolvidos, pois a famigerada legítima defesa da honra era a lei, um tempo em que as crianças não tinham direitos, pois a tortura era cotidiana em nome da educação, um tempo em que mais da metade da população era analfabeta, pois o direito à educação era para poucos, tempos de preconceito, racismo, miséria e exclusão social, onde a homossexualidade era uma pena de morte, LGBTQIA+ nem em pensamento – “tempos bons!”.

Ressuscitaram as políticas perniciosas do passado como se fosse algo novo. Os mesmos ladravazes e corruptos contumazes prometendo combater a corrupção e estancar a sangria no erário. Bastou um banho de loja para eles se apresenta­rem como heróis, e o público com a síndrome da cegueira aplaudir essa nova roupagem, ancorados em notícias falsas aboletaram-se dos cargos executivos e le­gislativos, e a pior safra de políticos da história republicana tomou o poder. Se não bastasse tudo isso, pela primeira vez no regime republicano, um presidente abdica de governar, e entrega o orçamento a um grupo de corruptos e ladrões, em nome da governabilidade, e ainda tem gente gritando “mito, mito” – “Que país é esse?”.

O povo brasileiro é mais do que isso, não podemos mais aceitar que crimi­nosos e corruptos continuem a nos governar – afinal a democracia é o regime político em que a soberania é exercida pelo povo. Vamos colocar a Constitui­ção debaixo do braço e exigir que seja cumprida na sua integralidade!

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