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A saúde pública no Brasil – parte 8

Todas as pandemias que assolaram o mundo até hoje tiveram um comportamento, quer dizer características mais ou menos parecidas. Elas surgiram em determinado ponto ou região da terra, espalharam-se pelas redondezas e foram levadas para regiões mais afastadas e finalmente se espa­lharam pelo mundo inteiro.

No caso da atual pandemia que é causada por um vírus, o chamado novo coronavírus ou Sars-CoV-2, seu comportamento pelo menos até agora, parece estar em consonância com as outras viroses do passado. Localizados o ponto ou região onde surgiu o vírus, nota-se que em qualquer parte do mundo o vírus se espalha e vai contaminando as pessoas numa proporção cada vez maior e vai aumentando e aumentando até que para de aumentar e se estabiliza. E assim permanece por um determinado tempo.

Até agora não foi possível quantificar. Em seguida vai diminuindo lenta e gradativamente sua contaminação, mas não chega a desaparecer completamen­te, permanecendo contaminando, porém em menor número tornando o que denominamos de foco ou região endêmica. Assim ocorreu com a febre amarela com a gripe asiática, com a H1N1, zica e outras viroses que assolaram o mundo no passado. E, claro que com a evolução da ciência em geral e com a medicina em particular, esses períodos de aumento da contaminação, estabilização e declínio no caso específico da atual pandemia, ainda não sabemos se poderiam ter sido maior do que realmente ocorreram e estão ocorrendo.

Com a chegada das vacinas foi nítido observar que houve extraordinário declínio no número de contaminados e de mortos no mundo inteiro. Entretanto com o vírus causador da doença é capaz de sofrer o que denominamos de mutação quer dizer que ele perde algumas características e ganha outras e é o que chamamos de uma cepa. No caso do novo coronavírus, ele já deu origem a diversas cepas que por sua vez passam a contaminar dando origem a novas pandemias.

No Brasil a variante descoberta em Manaus se espalhou pelo país inteiro e só a vacinação em massa da população está conseguindo evitar mais uma tragédia como foi o caso da primeira contaminação pelo vírus que chegou ao Brasil trazido do exterior por turistas.
Essas variantes que são o mesmo vírus só que modificado em geral e com novas características se constituem em um vírus que pode ser mais agressivo seja com numa maior capacidade de contaminar seja com uma gravidade maior na doença resultante da contaminação. No caso específico da contaminação pela variante de Manaus foi possível constatar com bastan­te clareza essas duas características.

O coronavírus deu origem a novas cepas que foram sendo observadas inicialmente no Reino Unido, África do Sul e agora já foi registrado no Brasil a ocorrência de contaminação de uma nova variante originária da Índia, a chama­da Delta que está contaminando os brasileiros. Também aqui, como já consta­tado em outros países, os pacientes acometidos pela covid-19 causado por essa variante Delta apresentam maior gravidade. Felizmente essa variante encontrou uma população já com um elevado índice de vacinados, o que certamente está contribuindo para evitar um impacto maior no número de contaminados.

Das vacinas até agora empregadas no Brasil, umas mais, outras menos, mas todas pelo menos em suas doses plenas, isto é, quando tomadas as duas doses. Estudos estão sendo conduzidos e já existem alguns que sugerem no caso das vacinas que são necessárias duas doses, a necessidade se aplicar uma terceira. É o caso das vacinas coronavac de procedência chinesa através do Instituto Butantan de São Paulo ou da vacina da Pfizer de origem americana. Em nosso país, o Ministério da Saúde ainda estuda sobre a validade desse tipo de necessidade.
Como a fabricação dessas vacinas ocorreu em prazo ainda muito curto, vão surgir certamente ainda diversos ajustes à medida em que o tempo vai passando e novas necessidades vão aparecendo. Já a vacina em dose única pelo menos até agora, ainda não se registraram novas necessidades de uma possível segunda ou terceira dose.

Infelizmente, não obstante, o número de vacinados esteja aumentando a cada dia em nosso país, começamos a efetuar o esquema de vacinação já tardiamente. (Continua na próxima semana)

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