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A saúde pública no Brasil – parte 4

O atual modelo de assistência à saúde pública vigente no Brasil teoricamente apresenta numerosas vantagens sob múltiplos aspectos. Se colocado em prática e executado confere o modelo a população brasileira seria uma das mais bem cuidadas do mundo do ponto de vista de assistência à saúde pública.

No entanto, desde que foram criadas as chamadas leis do SUS (Sistema Único de Saúde) e elas foram colocadas em prática constatou-se que o Brasil com suas imensas desigualdades regionais e sociais mostrou logo que as dificuldades que foram surgindo e mostrando o quão difícil seria a sua implantação de forma integral como era necessário.

Entre essas dificuldades duas delas assumiram a dianteira e que se consti­tuíram em um obstáculo muito grande: a crônica deficiência de investimentos e a interferência política. A primeira, que previa um aporte de recursos das três esferas de governo: federal, estadual e municipal com seus percentuais estabele­cidos mostraram ser insuficientes para financiar uma assistência médica de boa qualidade a 100% da população dos brasileiros.

E a segunda que se relaciona a interferência política diz respeito à admi­nistração dos recursos destinados à assistência médica ocorre verdadeira disputa em como esses recursos precisam ser administrados. É preciso ressaltar que os municípios de acordo com a legislação federal precisavam entrar com um percentual de recursos em geral alguns investiam até acima e mesmo assim sempre o déficit aumentava, enquanto os governos federal e estadual só investiam o previsto em lei.

Ao lado dessas enormes dificuldades financeiras que o SUS (Sistemas Único de Saúde) sempre atravessou e das interferências políticas anterior­mente citadas devido ao baixo nível econômico e social de parte considerável da população brasileira vivendo em condições precárias de higiene, alimen­tação, moradia e saneamento básico, o que impacta enormemente trazendo importantes consequências negativas para a saúde da população. Com todas essas dificuldades o SUS – Sistema Único de Saúde, com o tempo enfraquecia cada vez mais tornando-se frágil e inoperante.

A chegada da pandemia ao Brasil encontrou o sistema de saúde funcionando precariamente, o que se constituiu em uma verdadeira tragédia. O vírus chegou ao Brasil trazido por viajantes de países como a Itália e outros (ninguém sabe ao certo) contaminando pessoas da capital de São Paulo e de lá se espalhando para as populações do entorno da capital, baixada santista, interior do estado e foi levado para outras partes do Brasil.

Como vírus era (e ainda é) uma incógnita, diversas autoridades de saúde formularam hipóteses sobre as suas características, mas infelizmente elas não corresponderam às expectativas e enquanto isso medidas eficazes deixaram de ser implantadas.

E esse fato contribuiu, sem dúvida, para a disseminação incontrolada do vírus e a sua consequente doença que ele causa: a covid-19. Da parte do governo os equívocos também foram muito grandes, entre eles o atraso na implantação de um esquema de vacinação ágil e eficiente.

E o que foi pior: a politização da doença, fato mais deplorável de todos. Fazendo uma visão panorâmica da literatura médica constatamos que politizar uma doença é fato inédito, algo extremamente pernicioso e que só está acon­tecendo no Brasil. Trazido ao país, o vírus se espalhou com incrível rapidez atingindo todos os estados.

Inicialmente nas capitais e grandes cidades e a seguir se disseminou por um grande número de municípios e continuou sua disseminação sendo que em seguida atingiu todas as cidades: grandes, médias e pequenas. Por onde o vírus se instala ele leva dor e sofrimento para todo mundo.

Como o vírus é capaz de sofrer transformações em sua estrutura molecular, ele é capaz de adquirir novas características, a que damos o nome de cepa, que nada mais é, do que o mesmo vírus, mas capaz de contaminar um número maior de pessoas e em decorrência disso causar mais doenças graves e mais óbito. Desde o apareci­mento desse vírus já foram descobertas muitas variantes que são as cepas.

Só no Brasil são duas, sendo que uma delas se espalhou rapidamente pelo país inteiro e teve origem em Manaus, capital do estado do Amazonas. Cepas originárias do Reino Unido e da África do Sul também foram identifi­cadas aqui. (Continua na próxima semana).

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