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A saúde pública no Brasil – parte 10

Com a chegada dessa pandemia no Brasil no começo do ano passado, houve o que podemos dizer, um impacto negativo muito grande na saúde pública brasileira. Isto porque o modelo de saúde vigente no Brasil que é es­tabelecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde) que assegura acesso universal a qualquer pessoa com direito à assistência médica em toda sua plenitude.

Trata-se de um sistema muito bem elaborado e que infelizmente já não tinha condições de funcionar e cumprir a sua missão como previsto em lei. E isto se deve a uma constante falta de investimentos o que traz como consequência baixos salários para os profissionais envolvidos principalmente médicos, que constitui a parte mais sensível do sistema. Por se tratar de uma assistência médica abrangente os gastos com a saúde pública de razoável qualidade é dispendiosa. E não há como não ser. E isto é devido ao fato de a medicina como qualquer outra profissão está passando por um processo de constante evolução.

Novos e eficazes remédios estão chegando para aumentar o arsenal terapêutico que precisa ser disponibilizado para os médicos prestarem um atendimento de qualidade mais atual aos pacientes. Outra componente que encarece cada vez mais a assistência à saúde das pessoas são os exames tanto laboratoriais quanto de imagens.

E há ainda um terceiro fator que dificulta demais o atendimento ao paciente SUS principalmente os pacientes graves e que necessitam internação hospitalar tanto para a realização de procedimentos cirúrgicos ou interna­ções em UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) notadamente pacientes diagnosticados com IAM (Infarto Agudo do Miocárdio), AVC (Acidente Vascular Cerebral). Os hospitais públicos no Brasil sejam federais, estaduais bem como aqueles vinculados às U niversidades ou Faculdades públicas ou privadas estão quase sempre operando em sua capacidade máxima.

As cotas nos hospitais particulares ou em hospitais filantrópicos disponi­bilizados para o SUS tornam-se cada vez mais problemáticas já que necessitam de frequentes atualizações financeiras o que quase sempre infelizmente não tem acontecido. Há ainda os pacientes portadores de cânceres que são também quase sempre pacientes graves e cujos tratamentos são também dispendiosos. O tratamento dos pacientes com câncer é um dos que necessitam cada vez mais de equipamen­tos modernos e remédios também modernos e que são cada vez mais caros.

Acompanhar a evolução científica torna-se cada vez mais um desafio financeiro a ser superado, o que só é possível com o aporte financeiro fre­quente para atender às necessidades de atualização. A chegada da pandemia ao nosso país desestruturou o SUS (Sistema Único de Saúde) de tal maneira que em alguns locais teve que haver até suspensão do atendimento médico devido aos recursos disponíveis tiveram que ser disponibilizados para aten­der a demanda de doentes graves acometidos pela covid-19.

Como sabemos o Brasil foi e está sendo um dos países que mais com um maior número de mortes por essa terrível doença. E isso contribuiu para pio­rar e muito o atendimento da população como um todo. Leitos hospitalares e de UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) antes disponibilizados para a população a ser atendidas pelo SUS foram transferidas para os doentes com a covid-19 grave, prejudicando a clientela SUS.

Como se vê a chegada da pandemia ao Brasil foi desastrosa para o sistema público de saúde e em alguns casos para os particulares também. Há que se ressaltar que graças à chegada das vacinas já está havendo uma queda sensível no número de contaminados e de doentes graves e que se continuar essa tendência haverá certamente uma sensível melhora no atendimento aos pacientes do SUS.

Como se pode constatar o comportamento dessa pandemia é dinâmico e assim como o novo coronavírus também tem comportamento idêntico e se modifica frequentemente dando origem a novas variantes chamadas cepas e que também ao se multiplicarem dá origem a novas pandemias que se fazem presentes ao substituírem cepas anteriormente existentes.

Numerosos trabalhos científicos publicados recentemente apontam para uma possível permanência dessa pandemia ainda por tempo indeterminado tendo em vista as possíveis variantes que esse vírus é capaz de dar origem. Assim, a variante delta originária da Índia, e que atualmente está se dissemi­nando no Brasil. (Continua na próxima semana).

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