Enquanto uma parte do Brasil fica de olhos, ouvidos e atenção voltada para o que acontece no Planalto, a planície continua a trabalhar e a acreditar no futuro da Nação. Por isso é verdadeiro afirmar que a salvação da Pátria está na cidade.
Não há como deixar de lembrar uma vez mais o tirocínio de Franco Montoro, que costumava repetir: “Ninguém nasce na União, nem no Estado. A pessoa nasce na cidade!”. E é isso mesmo.
Quem percorre o Estado de São Paulo e encontra comunidades coesas em torno às suas lideranças, a explorar sua vocação natural e a entender que crises são passageiras, enquanto os ideais são permanentes, fortalece-se na crença de que somos muito maiores e muito melhores do que se propala.
E não é apenas uma intuição. A Consultoria McKinsey, após uma pesquisa concluiu que as cidades predominarão em relação às mais elevadas instâncias, em termos de tomada de decisão política e econômica e na definição da qualidade de vida de seus habitantes.
O município pode garantir um convívio superior àquele que depende de esferas governamentais distantes como a União. Veja-se a educação: um prefeito bem assessorado pode fazer com que as escolas de sua cidade sejam mais proficientes do que a média nacional.
Basta acompanhar o desenvolvimento do processo educativo, que é responsabilidade do governo, sim. Mas também da família e da sociedade. Ninguém está liberado de contribuir para que a educação propiciada à infância e à juventude seja de efetiva qualidade.
Pais que frequentam a escola, se aproximam da direção, participam da Associação de Pais e Mestres, incentivam seus filhos: primeiro a respeitar o professor e demais profissionais da educação, depois a levar o ensino a sério, contribuem para formar uma cidadania apta a um convívio harmônico e feliz.
As pessoas de bem são a maioria nas cidades paulistas. Elas querem um amanhã melhor do que este, resultado de uma promiscuidade que deve ser banida da vida pública brasileira. O dinheiro do povo é sagrado e precisa ser cuidadosamente aplicado. E a fiscalização e controle começa na cidade.
Ensinar as pessoas que tudo o que compete à administração pública provém do bolso do povo não é impossível e se torna arma poderosa em momentos de desânimo. Os prefeitos e gestores que sabem disso já estão convertendo São Paulo num Estado-exceção dentro da República. E que isso se propague, para salvação do Brasil.