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A Ribeirão de ontem e a de hoje

ALFREDO RISK

Era uma vez uma pacata cidade do interior

Adalberto Luque

No ano em que Ribeirão Preto completa 167 anos, a po­pulação se assusta com o preço a ser pago por ter trocado seu jeito de pacata cidade do inte­rior e ter se tornado uma das principais cidades brasileiras, com sua população pratica­mente quadruplicando em ape­nas meio século.

Em 1970, a cidade tinha 212.879 habitantes. Hoje bate na casa dos 800 mil. Oficial­mente, a cidade tem oito dele­gacias, chamados de distritos policiais (DP). Cada qual res­ponde por uma região e, apesar de hoje estarem todos agrupa­dos em um único prédio, na Avenida Independência, zona Sul da cidade, ainda têm a mes­ma área e o bairro que pode se considerar sede, além de outros de grande importância.

A reportagem do Tribuna Ribeirão ouviu alguns morado­res, que viveram na pacata Ri­beirão, para traçar um paralelo à situação vivida atualmente, em termos de segurança. Os dados se baseiam nas estatís­ticas de 2023, divulgados pela Secretaria da Segurança Pú­blica (SSP), disponíveis entre os meses de janeiro e abril. Na maioria dos casos, os números estão em queda, se comparados ao mesmo período de 2022. Mas preocupam.

Centro (1º DP)
A região central, onde a ci­dade se formou, foi, durante muitos anos, o local onde vi­viam as famílias abastadas em seus belos casarões – a maioria demolidos ou em ruínas. Viveu o apogeu da época do café.

Muitas famílias se forma­ram a partir de relacionamen­tos surgidos no tradicional “footing”, que ocorria em praças como a XV de Novembro, Sete de Setembro ou das Bandeiras (Catedral), num tempo em que o crime era quase inexistente.

De janeiro a abril de 2023 o Centro registrou a média de três furtos por dia. Foram 342 no total. Entre as ocorrências, foram anotados 157 roubos, 29 veículos roubados e 81 veí­culos furtados.

Nem mesmo as dezenas de câmeras de monitoramento do programa Guardiões da Cida­de são suficientes para impedir a ousadia dos criminosos. Na região do 1º DP foram regis­tradas 36 vítimas de acidentes de trânsito, além de uma mor­te. Houve uma tentativa de homicídio e 34 casos de lesão corporal dolosa, isto é, quando há intenção de ferir. A área re­gistrou ainda três estupros, um dos quais de vulnerável, isto é, menor de 14 anos ou incapaz de reagir ao abuso.

Campos Elíseos, zona Norte (2º DP)
O engenheiro e funcioná­rio público aposentado, João Alves Martins Neto, 62 anos, nasceu e viveu no bairro por 34 anos. “Até 1978 morei próximo da Igreja Santo Antônio, pra­ticamente ao lado. Na minha infância toda jogava bola na frente da Igreja, que na época não tinha grades, era um enor­me calçadão. Brincávamos na praça em frente. O Carnaval era comemorado na Avenida Saudade, com os desfiles das escolas de samba, totalmente seguro e bem familiar”, conta Martins Neto.

O engenheiro João Neto em frente à Igreja Santo Antônio, região em que viveu boa parte da vida: “insegurança total”

Ele estudou no Sesi, Ginásio Industrial José Martimiano da Silva e na Escola Fábio Barre­to. E, quando menor, sua mãe o acompanhava, no máximo, para atravessar a Avenida Sau­dade, depois era com ele. “Todo este período indo a pé para escola sem ter presenciado ne­nhum caso de assalto.”

Em 1981, sua família se mu­dou para a Rua Tamandaré, en­tre a Rua Dom Pedro II e Rua Pernambuco. Foi quando ele ingressou na faculdade de En­genharia, na Instituição Moura Lacerda. Sua família conheceu, então, a insegurança de uma ci­dade que crescia muito. “A casa onde morávamos foi assaltada duas vezes. O carro do meu pai foi aberto algumas vezes para furtarem o rádio. Já havia casos de assalto em residência na região do Campos Elíseos,” lamenta. Apesar do carinho pelo bairro onde cresceu, ele não teria coragem de voltar. “A insegurança é total”, observa.

A área do 2º DP apresenta números preocupantes entre todas as delegacias. Ostenta a média de seis furtos por dia, 707 no total. Foram 157 rou­bos, 29 veículos roubados e 81 veículos furtados. A cada dia de 2023 um motorista ficou sem seu carro nos Campos Elíseos.

Foram dois homicídios, uma tentativa e 11 casos de estupro – dos quais, nove de vulneráveis. O trânsito matou três pessoas e feriu outras 77 na região onde mais furtos fo­ram cometidos.

Vila Tibério, zona Oeste (3º DP)
O empresário e instrutor de autoescola, João José Barbosa Júnior, 52 anos, nasceu, foi cria­do e vive até hoje na Vila Tibé­rio. “Uma época em que a gente era feliz, brincava nas ruas com os amigos. Com o Marcelo, o Reinaldo, o Júnior, o Ronaldo. Todas as noites a gente se reu­nia, brincadeiras como pique­-esconde, pique-pega. A gente ia na praça com a família, com os avós.

O instrutor de autoescola e empresário Barbosa Júnior vive na Vila Tibério desde que nasceu e brincou na rua com os amigos de infância

Tinha o pipoqueiro, ti­nha o ‘buguinho’ para dar uma voltinha, a fonte luminosa com música. A gente andava de bu­guinho, brincava e corria. Uma infância muito feliz”, lembra Barbosa Júnior.
Com o tempo, todavia, a paisagem mudou. “As casas fo­ram se fechando, portões e mu­ros subindo, colocando cercas, concertinas e isso não bastou. Os furtos foram aumentando, alguns moradores se mudaram, outros mais idosos faleceram e a criminalidade foi crescendo.”

Ele explica que as notícias de furtos de fios, e torneiras. entre outros objetos, são cons­tantes. “Minha família teve uma casa onde isso aconteceu recentemente. Infelizmente deu danos sérios ao prédio e que nos deixou constrangidos tanto pelo lado financeiro, quanto pelo lado emocional, pois foi a casa que crescemos e passamos nossa infância”, lastima o empresário.

Mas ele ainda tem esperan­ça de mudar. Há cerca de um mês, ao passar pela Praça José Mortari, percebeu que havia sido feito uma reforma e me­lhoraram a iluminação. “Tive a impressão que as famílias voltaram a sair de casa e se di­vertir. Acredito que nem tudo está perdido na Vila Tibério.”

O bairro, que durante mui­tos anos foi a casa do Botafo­go Futebol Clube, é também a sede do 3º DP, onde ocorreram cinco furtos por dia nos quatro primeiros meses deste ano, 532 no total. O bairro foi o que mais roubos registrou, com 218 ca­sos, dois por dia. Também teve 29 veículos roubados e outros 48 furtados. Duas pessoas mor­reram e outras 51 ficaram fe­ridas em acidentes de trânsito. A cidade teve dois latrocínios – roubo seguido de morte – e um deles foi na Vila Tibério.

Jardim Irajá, zona Sul (4º DP)
A empresária Maria Apa­recida Machado Biagiotti, 60 anos, nasceu e viveu na região da zona Sul toda a sua vida. Ela vivia com a família na Fazenda Aliança, onde hoje é o Jardim Botânico. Estudava no Sesi 305, no Santa Cruz do José Jacques e sempre ia a pé para a escola.

“Meus pais eram colonos. Fomos criados ali, eu e meus três irmãos. Meu pai ia para a roça e minha mãe cuidava da gente, da casa, da comida dos animais. Minha avó paterna e um tio solteiro moravam com a gente. Sempre fomos mui­to felizes. Uma das coisas que lembro com carinho é que, em todos os aniversários, com sim­plicidade, a mãe fazia um bolo, passava goiabada no meio, clara de ovo com açúcar e ainda fazia macarrão com frango. Sempre assim, todos os aniversários. Os quatro irmãos, o pai e a mãe, o tio e a vó”.

Maria Biagiotti cresceu em fazenda onde hoje é o Jardim Botânico jogou bétis nas ruas sem asfalto do Jardim Irajá

A fazenda foi desativada quando Maria ainda era crian­ça e sua família foi morar no Jardim Irajá, mesmo destino das famílias de outros colonos. “Não passava ônibus. Pra pegar ônibus, vínhamos na Avenida Portugal, mas nunca reclama­mos. Sempre felizes. Meus pais têm um jeito que a gente se inspira neles. São 63 anos de ca­sados e continuam com muita história para contar”, recorda.

Com poucas casas no bairro, a hoje empresária jogava bétis na rua. “Tinha um terreno ao lado de casa, gramado, a gente jogava bola, bolinha de gude. Era muita criança, não passava carro, não tinha asfalto. Foi uma infância muito gostosa.”

Casada há quase 42 anos com Roberto Biagiotti, com quem também divide o negó­cio da família – uma empresa de materiais de construção -, mora há 28 anos na City Ribeirão, mas vive no Santa Cruz, porque a empresa está instalada lá há décadas. “Hoje é tudo diferen­te. Meus netos não brincam na rua. É na escolinha ou minha nora vai com eles no Parque Curupira, lá brincam, mas sem a liberdade dos brinquedos de rua. Tem muito trânsito e fica perigoso andar. Na rua tenho medo tanto de assalto, quan­to de cachorro. Tem gente que passa com aqueles cachorros grandes e a gente fica com medo”, acrescenta Maria.

Na região do 4º DP, ocorre­ram cinco furtos por dia, tota­lizando 602, o segundo maior número da cidade, além de 104 roubos. Os bairros Jardim Bo­tânico e Jardim Irajá foram os que mais registraram, furtos de veículos em 2022. O nú­mero caiu consideravelmente. Em 2022 foram 22 roubos de veículos e 206 furtos. Os indi­cadores tiveram queda de 50% e 44%, respectivamente. Ainda assim, 12 veículos foram rou­bados e outros 115 furtados, uma incômoda média de um carro levado por dia. O trân­sito nesta região foi o segun­do mais letal, matando quatro pessoas e ferindo outras 71.

Ipiranga, zona Norte (5º DP)
O arquiteto Denis William Esteves, 42 anos, um dos res­ponsáveis pelo projeto de res­tauração da Maria Fumaça, instalada no Parque Ecológi­co Maurílio Biagi, nasceu e morou no Ipiranga até seus 18 anos.

“Era uma época mais tranquila”, admite. “Estudava na Alfeu Gasparini [EME­FEM Prof. Alfeu Luiz Gas­parini], de onde saí para es­tudar no Colégio Industrial [Escola Industrial Estadual José Martimiano da Silva]. Andava muito bicicleta, brin­cava na rua. De pique-pega, pique-esconde, bétis, jogos de tabuleiro. As famílias se conheciam”, rememora.

O trânsito só era mais movimentado na Avenida Dom Pedro I. Ele morava em uma travessa entre a Dom Pedro e a Rua André Rebou­ças. Ia a pé até a escola, sem medo do trânsito.

O arquiteto Esteves, que participou do projeto de recuperação da Maria Fumaça, nasceu e viveu no Ipiranga até seus 18 anos

Denis admite que hoje não seria possível brin­car como no seu tempo de criança e adolescente, em plena rua. “Mas não pode­mos deixar de ir para a rua. Se o filho quer andar de bici­cleta, o pai deve ir junto até a praça. Precisamos ocupar nosso espaço, porque o cri­me ocupa o dele. Claro, com cuidado”, finaliza.

Um dos bairros mais tra­dicionais é o que apresenta maior incidência de crimes contra a vida e o trânsito com maior incidência de mortes. Na região, foram cinco homi­cídios e uma tentativa, além de 150 casos de lesão corpo­ral dolosa. Seis pessoas mor­reram em acidentes de trânsi­to e outras 52 ficaram feridas. Também tem o maior núme­ro de estupro. Foram 22, dos quais, 16 de vulneráveis.

O Ipiranga teve 186 rou­bos, 337 furtos, 32 veículos roubados e 54 veículos furta­dos. Outro indicador em que lidera negativamente é o rou­bo de cargas. Registrou três ocorrências em 2023.

Vila Virgínia, zona Oeste (6º DP)
O analista de sistemas Eduardo Malo Pincerno, de 49 anos, nasceu e viveu por mais de 20 anos na Vila Vir­gínia, outro dos tradicionais bairros da cidade. “A gente brincava na rua, jogava bola, bolinha de gude, soltava pipa. A gente se deslocava pelo bairro a pé, mesmo com 10 anos de idade. Ia para outras escolas, campeonatos que ti­nham e a gente participava. Eventos, igreja, lanchonete, tudo a gente fazia a pé. Não tinha riscos. Não tinha peri­go”, rememora Pincerno.

O trânsito era muito mais tranquilo que atualmente. Quando um dos raros carros atrapalhava nas disputadas partidas de futebol de rua, alguém soltava: “Pôxa, isso aqui virou rua?” e acrescen­ta: “A gente ocupava o bair­ro todo. Brincava à vontade. Havia muitos eventos nas praças. A gente ficava circu­lando entre as praças dali. Ti­nha vários grupos de amigos espalhados pelo bairro. Tudo era motivo para fazer amiza­de: escola, rua, igreja.”

Eduardo Pincerno, hoje analista de sistemas, brincava e andava pelas ruas da Vila Virgínia, bairro pelo qual nutre carinho e gostaria de voltar a morar

Hoje ele admite que o bairro mutou bastante. “O comércio ficou forte. Há muitos bancos, o bairro tem outra cara. E parece que, in­felizmente, está um pouco mais perigoso viver ali.”. Ape­sar disso, ele não descarta voltar, por questões de raízes, de lembranças, de memórias da infância e adolescência. “Mas não sei como se encon­tra hoje. A questão de segu­rança não se tem mais a paz que tinha naquela época, há 30, 32 anos”, conclui.

A área do 6º DP foi a que mais homicídios registrou: foram seis e três tentativas – muito embora tenham ocor­rido, em sua maioria, entre o Parque Ribeirão Preto e o Jardim Progresso. O segundo latrocínio da cidade ocorreu nesta região. Foi o segundo DP com mais casos de estu­pro, com 12, oito dos quais em vulneráveis.

O trânsito não registrou mortes, mas deixou 31 pes­soas feridas. 79 roubos, 285 furtos, 16 veículos roubados e 32 veículos furtados com­pletam os indicadores de cri­minalidade na região.

Bonfim Paulista, zona Sul (7º DP)
O aposentado Jorge Mar­tins Filho, de 75 anos, nasceu e sempre viveu em Bonfim Paulista. “Era uma viagem [até Ribeirão Preto]. Apa­nhávamos um ônibus para fazer o trajeto, parecia sem fim. Não tinha estrada du­plicada. Era uma estradinha com muitas curvas”, lembra.

Ele e os amigos cres­ceram brincando na rua e plantações do distrito. “Lembro que tinha duas ou três ruas, no máximo. Nun­ca tínhamos ouvido falar de roubo de carro. No máximo, alguém furtava uma galinha, um porco. De repente, fize­ram uma estrada para ligar Bonfim a Ribeirão Preto. Aí começaram os condomí­nios. Não paravam. E Bonfim foi cres­cendo. Nossa igre­ja ficou pequena, principalmente no dia 12 de outubro. Até nosso cemité­rio ficou pequeno para tanta gente que morre”, avalia.

Para Martins Fi­lho, com a expan­são, vieram proble­mas como furtos, roubos, homicí­dios e até latrocí­nio. “Minha casa, que antes era do meu pai, não tinha muro. Hoje fecha­mos o terreno todo. Meus ne­tos não saem sozinhos, meus filhos é que tem de levar de carro pra todo lado. Brincar na rua? Nem pensar.”

Os indicadores de vio­lência da SSP para Bonfim Paulista podem ser consi­derados modestos, se com­parados com outras regiões. Mas para quem vive lá a vida toda, preocupam. Foram 77 furtos, quatro estupros (todos de vulneráveis), sete vítimas de acidentes de trân­sito (nenhuma fatal), e cin­co veículos furtados. Uma curiosidade: Bonfim teve mais carros roubados (seis) do que roubos praticados no período (cinco).

Jardim Paulista/Castelo Branco, zona Leste (8º DP)
O empresário Marcelo Marques Gramani, 55 anos, foi morar no Castelo Bran­co Novo com oito anos. “O bairro estava começando. Minha rua era a única sem asfalto. Bem em frente, tinha um grande terreno e fizemos nosso campinho, na Rua A, como era conhecida. O ter­reno era inclinado, tinha uma valeta, quando chovia enchia de água, mas era nos­so estádio.”

A caixa d’água da Saerp tinha um ladrão para a água, que escorria em grande quan­tidade e formava um peque­no lago, próximo onde é hoje a unidade de saúde do bairro, explica Gramani. Eles nada­vam e pegavam peixes lá.

Gramani, ao centro, com os amigos de infância Márcio Spímpolo (esq.) e Marcelo Pinto (dir.)
Marcelo Gramani e sua turma de futebol da infância no Castelo Branco

“Eu e o Márcio saíamos do Castelo de bicicleta. O de­safio era descer seu colocar a mão no guidão. Atravessáva­mos a 13 de Maio, seguíamos pela Rua Piracicaba – que era mão dupla -, descíamos e pegávamos a Rua Camilo de Matos. Atravessávamos a Meira Júnior, quase sempre sem colocar a mão no gui­dão. Era uma competição. E o trânsito era tranquilo, ra­ramente passava algum carro que nos forçasse a colocar a mão no guidão”

A bicicleta era o veículo mais usado entre as crianças do bairro. “saíamos de bici­cleta, eu, o Marcelão, o Már­cio e Ricardo (já falecido). A gente ia pedalando até a casa da Tia Odete, no Ipiranga, já perto da Rua General Câ­mara. Comíamos bolinho de chuva e jogávamos bola na rua com meus primos. De­pois voltávamos. Quem des­cesse da bicicleta na subida da Rua Capitão Salomão, na volta, para empurrar, era alvo de gozação.”

O empresário também re­corda que os carros ficavam na rua durante a noite toda, pois poucas casas tinham garagem. E ninguém furtava ou roubava. “Hoje o trânsito é intenso, tem muito furto e roubo de carro. A vida é completamente diferente por lá. Minha mãe ainda mora lá, mas os tempos são outros”, conclui Gramani.

O DP, que durante anos, ocupou casas ora no Jardim Paulista, ora no Jardim Pau­listano e até no Jardim Mos­teiro – que no papel seria área do 2º DP -, não registrou ho­micídios ou tentativas. Mas houve quatro vítimas fatais e 32 feridos em acidentes de trânsito. Foram seis casos de estupro, dos quais, três de vulneráveis. E 90 casos de le­sões corporais dolosas. Além disso, foram 73 roubos, 259 furtos, 25 veículos roubados e 60 veículos furtados.

Os números em Ribeirão Preto caíram e as estatísticas da SSP comprovam isso. Po­rém a população ainda está longe de se sentir segura. Resta somente recordar os tempos de ouro para quem os vivenciou, nos 167 anos de história de uma das mais acolhedoras cidades do País.

879 presos
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) enviou nota avaliando a questão da segurança pública. Confira a íntegra: “A SSP esclarece que o combate aos roubos e furtos foi intensificado com ações em ferros velhos, lojas de venda de peças automotivas e celulares, para combater também a recep­tação, principal destino dos ob­jetos roubados e furtados. Neste ano, 879 pessoas foram presas na cidade, um aumento 15,35% na comparação do primeiro quadrimestre de 2023 com o mesmo período do ano anterior. Além disso, 57 armas de fogo ilegais foram retiradas das ruas. O policiamento ostensivo e pre­ventivo segue intensificado pela Operação Impacto.

Os crimes contra a vida são permanentemente analisados pela pasta, que criou o programa SPVida, o qual analisa a dinâmi­ca dos crimes dessa natureza. No primeiro quadrimestre, cerca de 42,8% dos homicídios regis­trados em Ribeirão Preto foram praticados com armas de fogo.

Com relação aos estupros, é importante esclarecer que a maioria dos casos registrados no Estado ocorreu em contexto privado. Uma das explicações para o aumento nos últimos anos, além da conscientiza­ção das vítimas que passaram a denunciar os agressores, o alargamento do escopo da legislação, agregando outros conceitos ao crime de estupro. Para acolher as vítimas desses crimes e estimular as denúncias, São Paulo tem Delegacias de Defesa da Mulher na capital e in­terior (incluindo Ribeirão Preto), inclusive com atendimento 24h em algumas delas, DDM Online com atendimento ininterrupto e 77 salas DDMs instaladas estrategicamente em plantões policiais, nas quais as vítimas são atendidas por uma delegada mulher em videoconferência”.

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