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A retomada da coleta seletiva  em RP

Expectativa de aumentar a quantidade de materiais recicláveis deverá obrigar a administração a rever o contrato com a cooperativa Mãos Dadas 

Criada em 2008, a cooperativa Mãos Dadas opera em espaço cedido pela prefeitura no bairro Jardim Branca Sales; 32 trabalhadores sobrevivem desse trabalho atualmente (Alfredo Risk)

Adriana Dorazi – especial para o Tribuna Ribeirão

Reciclar o lixo não é apenas se preocupar com o meio ambiente ou com o desenvolvimento sustentável das cidades. É dar novas oportunidades para quem trabalha separando e reorganizando plásticos, vidros, metais e papéis. Mãos que transformam o que ainda pode ser útil, se transformando em fonte de renda e esperança.

Na cidade de Ribeirão Preto esse círculo virtuoso de proteção dos recursos naturais já tem data para voltar a girar. A prefeitura anunciou na última semana a retomada da coleta seletiva de porta em porta no início de julho. Depois de um ano e quatro meses suspenso, o serviço volta com previsão de ser ampliado, cobrindo toda área urbana.

Caberá à empresa Estre, que também recolhe o lixo domiciliar comum, o trabalho coleta seletiva. Até o ano passado o trabalho era realizado pela Carvalho Multiserviços Eireli. Em fevereiro/23 foi interrompida porque a empresa não quis renovar o contrato que cobria a cidade parcialmente.

Neste período a Cooperativa Mãos Dadas, que recebe os recicláveis, operou apenas com o que era entregue pela população nos Ecopontos, cerca de 55 toneladas. Antes, mesmo sem atender todos os bairros, a coleta seletiva somava mais de 150 toneladas mensais. Agora a previsão é dobrar esse total, sendo necessário rever o contrato com os 32 trabalhadores que atualmente são cooperados e sobrevivem da reciclagem.

A Cooperativa Mãos Dadas
Criada em 2008, a cooperativa Mãos Dadas opera em espaço cedido pela prefeitura no bairro Jardim Branca Sales. Durante a pandemia e nos últimos meses sem a coleta seletiva de porta em porta, contou com a ajuda de parceiros, entidades, grupos sociais e voluntários para manter a fonte de renda dos cooperados já que o contrato com a administração pública é restrito. Ainda assim o valor recebido por cada trabalhador caiu para menos da metade.

A secretária municipal da Infraestrutura, Catherine D’Andrea confirma que o novo contrato tem valor estimado de R$ 3.761.136 por ano para a coleta seletiva, o triplo do anterior. A divulgação da retomada já está sendo feita pelos canais de comunicação da Prefeitura. “Também está sendo elaborado um novo processo para ampliação dos quantitativos destinados às cooperativas em acordo com a nova contratação”, detalha.

Catherine confirma que em 2023 foram recicladas 1509 toneladas. Com a nova contratação espera-se que seja reciclado no mínimo 3600 toneladas, um aumento de 138%. “A coleta seletiva será em dias alternados da coleta comum de lixo, uma vez por semana. O cronograma da coleta seletiva pode ser consultado em https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/portal/coordenadoria-limpeza/coleta-seletiva

Resíduos Sólidos em pauta
Em Ribeirão Preto a coleta seletiva não chega a 5% do total de resíduos produzidos. Estatística recente da prefeitura aponta que cada morador de Ribeirão Preto produz em média 800g de lixo, gerando cerca de 17 toneladas de resíduos por mês. Essa questão ambiental está em discussão nas audiências públicas de revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico e das Políticas Municipais de Saneamento Básico e Resíduos Sólidos. 

Na última semana foram realizadas duas reuniões para receber manifestações populares nos novos textos. Drenagem, manejo das águas pluviais também faz parte do debate, assim como melhorias a serem feitas nos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário.

As contribuições escritas da sociedade civil também poderão ser encaminhadas para o e-mail [email protected] até o dia 26 de junho de 2024.

A promoção da coleta seletiva e reciclagem vai ao encontro do ODS 12 – produção e consumo sustentáveis, que é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). A meta é, até 2030, reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso. No Brasil, a meta também envolve a valorização da Economia Circular. 

Alunos da USP estão recolhendo tubos de pasta de dente vazios para reciclagem
Os alunos das Faculdades de Ciências Farmacêutica (FCFRP) e de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP), ambas da USP, estão recebendo tubos de pasta de dente, fracos de shampoo e caixas de leite vazios para a produção de móveis, como mesas, cadeiras e armários. O objetivo é promover o desenvolvimento sustentável e transmitir a informação sobre como descartar esses resíduos de uma maneira ecológica.

Os postos de recolhimento estão em vários locais do campus da USP em Ribeirão Preto, como FCFRP, na Faculdades de Medicina (FMRP), e de Economia, Administração, Contabilidade (FEA-RP). Nesses locais foram colocadas caixas com o logotipo do projeto Descartubos.

“Esses materiais passam por um processo industrial, triagem, lavagem industrial, recortes dos materiais em picotes e depois vão para uma máquina de compressão, onde, em alta temperatura, o material é prensado para formar placas. Essas placas podem ser transformadas em telhas ecológicas e móveis”, explica a aluna da Forp, Keila Ramos.

Além desses materiais, no corredor principal dos anfiteatros da FCFRP, estão sendo recolhidos os blisters (cartelas de remédios) vazios que serão direcionados para a reciclagem e convertidos em cadeiras de rodas, que serão doadas para hospitais. Nesse local também são aceitas esponjas de cozinha e material de escritório (lápis de cor e grafite, borracha, apontador, caneta, marca texto, canetinha, marcador permanente, marcador para quadro branco e lapiseira), que serão enviados para um programa de reciclagem.

“Os medicamentos e suas embalagens não devem ser descartados em lixo comum, pois a embalagem pode conter resíduos, por isso, o ideal é que seja descartado em lugar adequado para essa finalidade”, afirma a professora da FCFRP, Marilisa Guimarães. O projeto é uma iniciativa da disciplina de extensão Extenfarma da FCFRP, com colaboração da Forp e do USP Recicla da Superintendência de Gestão Ambiental (SGA) do campus da USP em Ribeirão Preto.

 

 

 

  

 

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