Não, a quarentena de prevenção ao contágio do novo coronavírus – covid-19 – não acabou. O que ocorre neste momento é uma adequação em parte do estado de São Paulo, em regiões que têm a situação razoavelmente controlada. Esta é uma informação que vem sendo repetida, por autoridades de saúde nos mais diferentes meios de comunicação de Ribeirão Preto, desde o anúncio da retomada de parte das atividades. Já na segunda-feira, 1º, quando parte do comércio foi reaberto e algumas atividades de prestação de serviço foram reiniciadas, também alertei sobre os riscos de retrocedermos à posição anterior de paralisação das atividades que tiveram a abertura autorizada, mesmo que com regras rígidas definidas.
Isso porque uma multidão foi às ruas de forma desorganizada. Imagens divulgadas pela imprensa e redes sociais mostraram que uma grande parte da população não entendeu o que é preciso fazer neste momento para que possamos retomar as atividades aos poucos, sem nos esquecermos de regras de comportamento bem definidas, em obediência às autoridades sanitárias e de saúde. Não vivemos uma situação de normalidade. Muito pelo contrário. O risco de contágio é ainda muito grande, caso não tomemos os devidos e necessários cuidados.
Por isso enfatizei, com a clareza que a situação requer, que não saímos da quarentena. Nós continuamos em quarentena. O distanciamento social deve permanecer, para que possamos controlar a transmissão. O que houve foi uma liberação parcial das atividades, para que as empresas pudessem voltar a comercializar os seus produtos, os empregos deixassem de ser constantemente ameaçados, e a renda das pessoas pudessem retornar, principalmente para muitos que já estavam com extremas dificuldades para realizar as suas tarefas diárias, semanais e mensais de tocar suas sobrevivências.
É compreensível que a economia precisa extremamente desta adequação e reinício de atividades. A sociedade, pelos mais variados motivos, também tem necessidade do retorno. Mas se todos continuarem nas ruas, como vimos nos dois primeiros dias de atividades retomadas, provavelmente, com muita chance de ocorrer, teremos que regredir e começar a já restabelecer as restrições nas próximas semanas. Aí então teremos que fazer todo o caminho novamente.
Porque se tivermos aumento muito grande dos casos, em virtude da não observância no que diz respeito à distância entre as pessoas, à manutenção de número de pessoas presentes nos estabelecimentos e em relação ao uso correto de máscaras, não há nenhuma outra possibilidade senão a de voltarmos atrás e fecharmos tudo novamente. Não há como ser diferente. Não há mágica, e sim a necessidade de controle eficiente.
Não apenas a manutenção gradativa da fase laranja, que estamos agora, mas também a progressão para a fase amarela, a verde e a azul, depende exclusivamente de cada um de nós. Nem a prefeitura, nem o governo do Estado, e nenhuma outra força pública reúne condições de colocar um fiscal ou um policial ao lado de cada cidadão. Essa responsabilidade coletiva pertence a cada um de nós, homens e mulheres. Reforço. Somente a colaboração de todos vai nos trazer bons resultados no combate à covid-19 e a volta gradativa às atividades. Portanto, a fiscalização para o controle do contágio e da doença, para o bem-estar de todos, depende de cada cidadão.
A prefeitura e o governo estadual, por seus meios, têm buscado assegurar a oferta de recursos médicos e hospitalares. Este esforço, no entanto, pode tornar-se inútil caso o aumento de casos aumente de forma a exigir mais estrutura do que é possível oferecer. Vamos agir para progredir nas fases, sem colocar em risco a saúde e a vida das pessoas. E com união, mesmo que geograficamente distantes, venceremos esta pandemia.