A polêmica sobre o trem turístico de Ribeirão Preto, que prevê a recuperação de uma linha com oito quilômetros de trilhos, restauração de estações e de locomotivas, a cada dia ganha um ingrediente novo para apimentar ainda a mais a discussão. Já teve até outra cidade tentando tirar uma maria-fumaça da Estação Ferroviária Mogiana, que só não foi transferida graças a uma liminar da 7ª Vara Federal concedida ao procurador da República André Luiz Morais de Menezes.
A Associação de Moradores da Vila Tibério é contra a utilização da locomotiva “Amália” no projeto. A máquina está na praça Francisco Schmidt e é o último resquício da estação de trem por onde desembarcaram milhares de imigrantes que vieram trabalhar nas lavouras de café. Câmara aprovou a instauração de Comissão Especial de Estudos (CEE) para acompanhar o caso. Vereadores vão pedir o tombamento das marias-fumaça. Duas entidades também disputam a paternidade do projeto de trem turístico.
Linha entre cidades – Agora, mais uma novidade: o secretário municipal de Turismo, Edmilson Domingues, conta que a prefeitura de Ribeirão Preto também defende a implantação de outro projeto de trilhos, uma proposta de linha intermunicipal. “É um projeto apresentado pelo Consórcio dos Municípios da Mogiana (CMM), envolvendo as cidades de Ribeirão Preto, Cravinhos, São Simão e Tambaú. Seria um passeio de trem de ida e volta”, diz.
O prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) entregou o projeto ao ministro do Turismo, Max Beltrão, em outubro passado, durante encontro de prefeitos na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). “Mas é outro projeto”, emenda Domingues.
Domingues confirma que a prefeitura deu preferência ao projeto apresentado pelo Instituto História do Trem. “Isso porque esse projeto não envolve recursos municipais. Todos sabem a atual situação financeira da prefeitura e não podemos onerar os cofres públicos”, diz. O secretário explica que deverá pedir apoio ao deputado federal Baleia Rossi (MDB).
Segundo ele, não será para obtenção de verba pública, mas intervenção junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para que a locomotiva que está na Estação Ferroviária Mogiana fique na cidade para a implantação do projeto. “Além disso vamos pedir a intervenção dele para doação dos trilhos que existem entre a Estação Barracão (no Ipiranga) até a Mogiana, pois eles estão em áreas da esfera federal”, ressalta Domingues.