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A peste e o Exército

As estradas romanas do século 2 antes de Cristo, tais como as nossas, territoriais, fluviais e aéreas, constituíram o meio de transmissão do vírus da peste. Aliás, esse vírus dizimou o exército romano.

Esse fato histórico, antiquíssimo, está num episódio da série “O Império Romano”, veiculada pela Netflix.

Até historicamente, se necessário fosse, e necessário não é, tem-se o acerto das 58 recomendações que o ministro do Exército divulgou, em ato administrativo, com destaque para a de número 22, contrariando a opinião do curandeiro presidencial, para prevenir a disseminação da peste atual, chamada covid-19.

O grave do negacionismo da vacinação é sua ignorância, após tantos e sucessivos surtos que abalaram a humanidade, no correr de tantos séculos.

Certamente, lá, naquela quadra da história humana, até houve um espírito de porco para dizer, logo no início de seu surgimento, que a peste, era uma espécie de “gripezinha”, que veio para matar quem merecia morrer antes, já que todos devem morrer, na sua hora e na sua vez. E mesmo assim deve ter desfilado impune a sua cara de pau, por algum ou por todo tempo. Se é que ele próprio não teria sido levado para um mundo melhor, já naquela época, pela própria peste, e no caso como benfeitora.

O passado não fica morto como história. Ele projeta suas lições para que a estupidez humana não suponha que a vida começou no “agora mesmo”, sem nenhum patrimônio que nos sirva, para o bem ou para o mal, para enriquecer, sugerir ou meramente ilustrar nossos saberes, no caminhar sem fim da humanidade.

Negar a história é o mesmo que negar a ciência. É o mes­mo espírito que não celebra a vida, celebra a morte.

A medicina e a ciência são fontes de tantas conquistas para garantir sempre maior expectativa saudável de vida às pessoas, mesmo que o capitalismo selvagem opte para se dedicar aos remédios que dão lucro, desprezando, por isso, países que formam um continente, como a África, vítima do colonialismo europeu, e que ainda não tem receita financeira própria e organicidade, para comprarem as vacinas para as suas populações.

E, nem os países colonizadores dão respostas positivas ao fato da não vacinação constituir a fábrica de repetição de novas cepas de um só vírus, que se espalham facilmente para esse mundo globalizado, que já foi qualificado como “aldeia”.

Se não vacinarem todos, os outros todos, mesmo que va­cinados, ficam à mercê de uma nova contaminação, agora por cepa transfigurada como nova. De vírus em vírus há quem acredite, tosca e impunemente, que o último é o final, como filhote enfraquecido.

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