Tribuna Ribeirão
Cultura

A nova música dos ROLLING STONES

MARIO ANZUONI/REUTERS

Há um clima de Rolling Stones no ar mais uma vez, em uma dessas ressurreições que eles promovem de si mes­mos de tempos em tempos. Quando a tela dos computa­dores apareceu dividida em quatro no recente “One Word – Together at Home”, muita gente postou que não conse­guiu segurar as lágrimas.

Aquilo foi mesmo forte. Mick Jagger ao violão, cantan­do no cantinho da sala de sua casa, depois Keith Richards sentado em uma espécie de escritório luxuoso e aconche­gante procurando as notas ao violão, para então aparecer Ronnie Wood, o sempre efu­sivo Ronnie, pedindo que as pessoas acompanhassem tre­chos com palmas, e Charlie Watts, gaiato, simulando a ba­teria pré-gravada sobre malas de viagem tipicamente ingle­sas que não deverão ter outra utilidade nos próximos meses.

Eles cantaram “You can’t always get what you want” de dentro de suas casas em um dos raros momentos de se amar um negócio chamado quarentena. Agora, sob juras e promessas de jornalistas pro­tocoladas em cartório de que nada seria vazado antes das 13h01 desta quinta-feira, 23 de abril, os Stones divulgam uma nova música.

Ela foi escrita por Jagger e Richard, a parceria mais lon­geva do rock, se chama “Li­ving in a Ghost Town” e vem, apesar de ter sido feita há um ano, do mesmo espírito con­finado de onde saiu a parti­cipação em “One World”. A música sai com um clipe que já está disponível na página da banda no YouTube, desde as 15 horas desta quinta.

No texto que a gravadora Universal enviou junto com a canção, cada Stone escreve algo. Mick Jagger, que gravou violão, gaita e guitarra, fala de onde a canção saiu: “Então, os Stones estavam no estú­dio gravando algum material novo antes do bloqueio (cau­sado pela pandemia) e houve uma música que achamos que ressoaria bem nos tempos em que estamos vivendo agora. Nós trabalhamos nisso em isolamento e aqui está ela.”

Keith Richard, como sem­pre, foi menos polido: “Grava­mos essa faixa há mais de um ano em Los Angeles para fazer parte de um novo álbum, uma coisa em andamento, e então a merda toda atingiu os fãs. Então, Mick e eu decidimos que este era o momento de lançá-la e aqui está. Fiquem seguros.”

Charlie Watts foi mais… Charlie Watts: “Gostei de tra­balhar nessa faixa. Eu acho que ela capta um clima e espe­ro que as pessoas que a acei­tem.” E Ron Wood, o sempre efusivo Ronnie, completou: “Muito obrigado por todas as suas mensagens nas últimas semanas, significa muito para nós saber que vocês curtem a música. Ela é um pouco assus­tadora e se chama ‘Vivendo em uma cidade fantasma’.”

A música tem a aura típi­ca que a banda carrega desde “Voodoo Lounge”, de 1994. Um jeito especial de pegar um rock cru, domesticá-lo com alguns arranjos comportados e soltá-lo de novo para o ata­que das guitarras de Ronnie e Richard. “Eu sou um fantas­ma”, diz a letra, “vivendo em uma cidade fantasma.”

A banda de apoio, além do baixo de Darryl Jones, o quinto Stone desde a saída de Bill Wyman, em 1993, tem um piano marcante de Matt Clifford, que toca também sax, trompa e flugelhorn. As sessões de gravação do ma­terial novo da banda devem ser retomadas assim que o mundo se tornar um lugar mais seguro.

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