Duarte Nogueira *
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A prefeitura está fazendo uma campanha nos veículos de comunicação com o objetivo conscientizar os moradores a mudarem seus hábitos diante do mosquito Aedes aegypti. Voltando à mesma tecla da limpeza de locais como forma de eliminar criadouros do mosquito que transmite dengue, zika vírus, chikungunya e febre amarela. Não é a primeira vez que se faz isso e, infelizmente, certamente não será a última.
Isso porque mudar hábitos não é tarefa fácil. Há sempre resistências. É como adotar uma nova rotina alimentar. Ou modificar comportamentos já arraigados na vida das pessoas. Um motorista acostumado a dirigir em alta velocidade dificilmente passará a obedecer a velocidade determinada com simples conselhos ou alertas. Para isso existem regras, advertências e sanções em favor do interesse coletivo.
E as mudanças ocorrem de forma lenta, mas sempre é aconselhável insistir, principalmente quando se trata de questões de saúde pública. Quando ocorre alguma epidemia, ou algum fato mais grave é mais fácil implantar modificações. Quando o número de casos está reduzido, como ocorre agora com as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, as pessoas tendem a dar menos importância aos alertas.
Mas é justamente para reduzir ainda mais os casos ou para acabar de vez com os riscos é que aproveitamos este momento para indicar medidas que levem ao extermínio de criadouros do mosquito, única forma efetiva de se controlar a transmissão de doenças que podem até levar à morte.
Em outros casos também é preciso que os hábitos sejam alterados. É comum as pessoas cobrarem eficiência da fiscalização para casos de terrenos com mato alto, ruas com lixo e outras situações em que as pessoas têm condições de auxiliar no combate a problemas futuros. Uma garrafa plástica jogada na rua, uma sacola plástica descartada de forma irregular é matéria prima para o entupimento de bocas de lobo.
Sem a conscientização da população, dificilmente se chegará a um número de fiscais que consiga autuar e controlar situação em toda a cidade. A prefeitura mantém coleta regular de lixo e, ainda assim, há muitos locais onde o descarte é feito irregularmente, exigindo novas ações da Coordenadoria de Limpeza Urbana. Com custo muito maior.
Por isso é preciso insistir na mudança de hábito. Pedir a colaboração das pessoas no sentido de deixar a cidade mais limpa. Não é tarefa fácil. É uma cultura que precisa ser modificada. E isso se muda aos poucos, com o tempo e com boa vontade da aceitação.
A administração municipal vai trabalhar para conseguir avançar neste sentido. Seja por meio de campanhas ou de exemplos para que as pessoas tomem atitudes corretas em relação à cidade. Quando isso for conseguido, as pessoas vão perceber que vale a pena cuidar bem dos nossos espaços.
* Prefeito de Ribeirão Preto