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A moda é terceirizar as responsabilidades!

A educação básica pública, salvo raras exceções vive há muito tempo uma situação deplorável. Mas tudo foi pensado com carinho, por aqueles que tomaram o poder supostamen­te na legalidade, pois a democracia tão decantada em verso e prosa, não passa de um regime de minorias ricas e poderosas.

As últimas avaliações institucionais da educação básica pública mostraram que aquela aparente melhora que ocor­reu há uma década, não se confirmou, pois o velho cabo de guerra, que coloca de um lado a população pobre, que não conhece os seus direitos inalienáveis de ter uma educação de qualidade e cidadã para seus filhos, não sabe que carregam o fardo pesado sobre seus ombros, e que sustentam os privilé­gios dos que estão do outro lado tomando conta do cofre – e assim tudo fica com sempre foi.

No entanto os sofismas ajudam os poderosos a manter a base da pirâmide dentro do conformismo e total controle, para que a rebeldia proveniente do conhecimento e da auto­nomia não despertem nos filhos dos pobres novos projetos de vida fora da eterna caixa, que outros prepararam para eles.

Há uma habilidade quase criminosa nos projetos que são apresentados como a solução definitiva para a defasagem dos educandos das escolas básicas públicas, mas todos eles ao in­vés de agregar valor e conhecimento para todos como manda a lei, promovem a segregação entre os segregados.

A verba carimbada da educação básica pública, que a Constituição estabeleceu foi o caminho aberto para que em poucas décadas nossa combalida educação finalmente alçasse voos mais altos. Acontece que a bolsa da viúva, que não deve­ria ter dono, pois é de todos – tem.

E esses donos que não aparecem, pois trabalham na penumbra, preparando e pavimentando o caminho dos seus, aos poucos foram dando outros direcionamentos para as verbas da educação básica pública. Depreciar os filhos dos pobres, criando um véu de mentiras, para abocanhar o orça­mento da educação é a meta que querem alcançar.

Afirmam delinquentemente que os filhos das classes subalternas têm dificuldades para aprender, e que isso custa mais caro, e a visão míope dessa gente aponta que a compe­tência educacional na educação básica está na iniciativa pri­vada, onde o lucro determina a qualidade. É com essa visão que o novo liberalismo nos impõe, onde o Estado mínimo é o ideal de um país.

No pensamento dessa gente, o Estado não tem competên­cia para gerir a verba educacional, e, portanto, esse dinheiro vai ser melhor gerido nas mãos da iniciativa privada, e desde a Promulgação da Constituição cidadã de 1988, trabalham para que isso aconteça. Haja vista a primeira votação do Fun­deb na Câmara dos deputados.

Os argumentos usados para justificar a falta de qualidade na educação básica pública estavam ficando puídos, como um tecido velho -precisavam de algo novo, e a pandemia veio para socorrê-los.

O secretário de Educação do Estado mais rico da federa­ção, Rossieli Soares da Silva, em um pronunciamento criticou o resultado do Saresp, afirmando que o fechamento das es­colas na pandemia trouxe perdas irreparáveis, como se antes a situação estivesse melhor. Isentou-se de qualquer respon­sabilidade, como defensor contumaz da terceirização, tratou de terceirizar as suas responsabilidades, transferindo para as escolas, os profissionais da educação, os alunos e seus familia­res. A incompetência e o mal caratismo ficam estampados na sua cara de madeira!

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