É comum mencionar que algumas pessoas parecem envelhecer mais rapidamente que outras, e que algumas, aparentemente, não envelhecem. Embora dados de vários estudos transversais e longitudinais, envolvendo diferentes habilidades cognitivas, tenham demonstrado que estas funções diminuem com o envelhecimento, não parece ocorrer concomitantemente um aumento na variabilidade dos desempenhos cognitivos em certo momento etário. De fato, a variabilidade entre pessoas, no envelhecimento, refletida tanto nos escores de funcionamento cognitivo quanto nas medidas das estruturas cerebrais, tem mostrado magnitudes similares. Esta variabilidade constante em diferentes idades surpreende porque se supõe que as diferenças individuais nas taxas de envelhecimento são sobrepostas às diferenças individuais pré-existentes para produzirem uma maior variabilidade entre – pessoas em idades mais velhas.
Este fenômeno da variabilidade aproximadamente constante, a despeito das médias de desempenhos serem sistematicamente menores com o aumento da idade, é importante porque sugere que diferenças individuais nas taxas de envelhecimento podem ser relativamente pequenas, particularmente quando estas são comparadas com as diferenças individuais aparentes em qualquer idade. Estudo recente examinou esta variabilidade entre pessoas nas médias transversais e nas mudanças longitudinais a curto-prazo, bem como, em diferentes habilidades cognitivas e em diferentes faixas etárias da maturidade. Para isso, 3781 adultos entre 18 e 98 anos de idade participaram pelo menos uma vez, e, destes, 1623 retornaram para uma sessão adicional, ao menos, com intervalos entre a primeira e segunda sessão variando de menos que 1 ano até quase 9 anos.
As habilidades, capturadas por meio de 16 testes cognitivos designados representarem cinco habilidades cognitivas: raciocínio, visualização espacial, velocidade de processamento, memória episódica e vocabulário. Resultados? A variabilidade em ambos os níveis, bem como, a mudança no desempenho cognitivo em todas as habilidades cognitivas mensuradas foram similares entre adultos saudáveis de 25 a 75 anos de idade. Ademais, as correlações entre os escores da primeira e da segunda sessões foram muito altas e, aproximadamente, de mesma magnitude para todas as faixas etárias. Diferenças encontradas? Apenas a estabilidade entre os escores mnemônicos pareceu exibir tendência a diminuir com o envelhecimento. Tomados juntos, os resultados indicam que diferenças entre pessoas, nas mudanças cognitivas, a curto -prazo, não são inevitavelmente maiores entre adultos idosos saudáveis do que entre adultos jovens.
Desta forma, qualquer seja o mecanismo neural e/ou psicológico que esteja contribuindo para a mudança ou estabilidade, o mesmo, provavelmente, está operando de maneira similar ao longo de toda a maturidade.