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A mensuração do envelhecimento (4)

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a população urbana, já correspondente à metade da humanidade, dobrará até 2050, chegando a quase 2 bilhões, aumento de 350% a ocorrer, na maior parte, em países em desenvolvimento, cada vez mais urbanizados. Como 2050 não é uma data distante, os idosos de quem estamos falando são as pessoas que hoje, adultas, que po­dem ter 20 ou 40 anos. A importância disso? A necessida­de de repensar a qualidade de vida que se almeja ter nesta data futura ser algo imediato.

O lugar dos idosos nas cidades e a im­plantação de uma nova cultura do envelheci­mento, entre outras, são duas das principais preocupações de espe­cialistas no estudo dos desafios impostos pelo envelhecimento ao ser humano. Entendendo por “cultura do enve­lhecimento” mudanças orientadas nas cidades e no comportamento ao longo da vida, esses especialistas identifi­cam, na mesma, um processo em que avanços da medicina, voltados à mudan­ça de paradigmas em relação ao que significa envelhecer, devem ser preparados para atender uma expectativa de vida cada vez mais longa, na qual pessoas serão idosas por um período maior de suas vidas.

Atualmente, em condições de produzir até idade mais avançada, e inseridos em sociedades cada vez mais tecnoló­gicas, estes idosos já verificaram que a aquisição de conhe­cimento tornou-se algo contínuo, uma vez que informações sobre diversos assuntos passaram a se tornar obsoletas cada vez mais cedo. O resultado disso? Ser do interesse dos idosos, e da sociedade em geral, que a pessoa mantenha esse aprendi­zado e o produza ao longo de toda a vida, alcançando opor­tunidades – que a sociedade vai precisar oferecer – para se reciclar, estudar e se reavaliar.

Além disso, uma vez que, segundo estudiosos do assunto, a capacidade funcional dos indivíduos será preservada, cada vez mais, para além dos 65 anos, espera-se que a aposenta­doria compulsória dos mesmos possa ser revista. Em tais estudos, “O Brasil, país emergente já urbanizado, envelhecerá mais do que qualquer outro, e de maneira diversa dos mode­los do Japão, da Dinamarca ou da França, que enriqueceram primeiro, depois envelheceram. Imitar esses modelos será catastrófico”. Por quê? “Pelo fato de, uma vez imitados, acaba­rem por perpetuar a desigualdade”.

Tal integração do idoso à cidade deve considerar, por­tanto, diferenças de autonomia e capacidade, bem como, a importância de se dar voz aos idosos, em toda sua diver­sidade.

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