Numa época conturbada como a que estamos vivendo – com tanta violência ocupando espaço nos noticiários dos rádios e das tevês –, não há como fugir de tema tão relevante: a violência realmente é um fator de intranquilidade e de medo nas nossas ruas e até mesmo nas nossas casas. Ocupei a tribuna da Assembleia Legislativa, recentemente, para falar da violência explodindo no mundo todo e, ao mesmo tempo, do antídoto eficaz para ela: o amor!
Há dois mil anos – lembrei –, Jesus Cristo iniciava a pregação ao mundo de uma doutrina nova e rastreada, sobretudo, no amor. Era preciso – segundo ele – amar o próximo e, mais do que isso, amar até os inimigos porque, dentro da sua concepção, não há mérito nenhum em se querer bem a quem nos trata bem; é preciso, assim, responder com amor aos que nos caluniam, nos difamam, nos agridem, e até mesmo nos odeiam.
Em síntese, Jesus pregava: a melhor arma contra o ódio é o amor! Os homens daquela época, entretanto, responderam com ódio à sua pregação e o crucificaram como se ele fosse um criminoso.
Depois dele, outros vieram tentando falar ao mundo a mesma linguagem. Os que mais se destacaram são hoje reverenciados como mártires, pois pagaram com a vida o crime de terem seguido a pregação do nazareno.
Em nosso tempo, as coisas não são diferentes. Mahatma Gandhi, na Índia, homem bom e puro, dizia que não deveríamos resistir à violência, mas, sim, perdoar e amar sempre. Em outras palavras: afirmava ser preciso dar o outro lado da nossa face para aquele que nos esbofeteasse. Este homem, que fez da sua vida um conjunto de atitudes pacíficas, no entanto foi violentamente assassinado em sua pátria.
Depois, vieram Luther King, nos Estados Unidos, e muitos outros que sonharam com um mundo de paz e sem preconceitos, mas, igualmente, foram repelidos e mortos.
Chego a pensar: se Jesus Cristo voltasse em nossos dias falando de amor, justiça e defesa dos pobres e oprimidos, provavelmente terminaria nas celas de uma prisão. Ou seria assassinado, como outros foram.
Na verdade, a violência tomou conta do mundo. Muros políticos e sociais dividem vários países. Muros de ódio separam árabes e judeus. Na África, milhões de negros morrem de fome, com um fuzil na mão, guerreando com os seus irmãos. O ódio, o terrorismo, a fome e as injustiças sociais cobrem o céu de muitos países. Fazem os seus povos viverem um verdadeiro inferno. É um triste espetáculo este, que assistimos em pleno século chamado do progresso e desenvolvimento.
É preciso, entretanto, enquanto é tempo, reagir contra tudo isto; é preciso acreditar na força do amor. O sangue dos homens bons, que deram as suas vidas para nos ensejar a construção de um mundo melhor, deve falar às nossas consciências
Para esta jornada, é preciso cada um de nós dar a sua contribuição. Ninguém salvará o mundo para nós, pois nós somos o mundo. E em nossas mãos está o nosso destino. É uma grande caminhada. Mas não podemos esquecer: toda grande caminhada começa com um primeiro passo! Devemos começá-la com a certeza de que não caminharemos sozinhos: a fé e o amor, afinal, conforme preconizava Cristo, são capazes de mover montanhas!