Desde o início dos tempos uma pergunta assombra os homens: “tamanho é documento?” Para pânico geral da nação masculina, a resposta ainda parece ser sim. Apontado como um dos principais diretores de comédias do teatro nacional, Alexandre Reinecke se uniu a um escritor também consagrado no gênero, Aloisio de Abreu, em “Cinco homens e um segredo”, versão brasileira de “The irish curse”, de Martin Casella. Edwin Luisi, Roberto Pirillo, Custódio Júnior, Iran Malfitano e Claudio Andrade vivem os personagens-título do espetáculo, em cartaz desde janeiro de 2016 e que chegará a Ribeirão Preto neste mês.
A apresentação na cidade será em 23 de setembro, sábado, às 21 horas, no Theatro Pedro II, no Quarteirão Paulista, no Centro Histórico de Ribeirão Preto. Os ingressos custam R$ 100 (plateia A), R$ 80 (plateia B e frisa) e R$ 80 (balcão nobre, balcão simples e galeria). Estudantes com cartão da instituição educacional com data de validade, boleto ou atestado de matricula do mês vigente, idosos e pessoas enquadradas na lei da terceira idade – mediante apresentação do cartão de aposentado ou cédula de identidade (RG) para maiores de 60 anos – e professores com holerite ou documento comprobatório pagam meia-entrada em todos os setores – R$ 50, R$ 45 e R$ 40, respectivamente.
Estão à venda no site Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com.br) e na bilheteria do Theatro Pedro II, na rua Álvares Cabral nº 370, no Quarteirão Paulista, Centro Histórico de Ribeirão Preto. Tem capacidade para receber 1.588 pessoas, mas parte foi interditada no ano passado pelo Corpo de Bombeiros por causa da altura do parapeito – hoje aceita até 1.300 espectadores. O telefone para mais informações é (16) 3977-8111. O espetáculo não é recomendado para menores de 12 anos.
A peça é um retrato contundente de como o ser humano e a própria sociedade definem a masculinidade. Para os personagens José Carlos, Luiz Orlando, Jorge Alberto e Ricardo, o tamanho importa e muito. Não à toa, esse pequeno grupo se encontra todas as quartas à noite, no porão de uma igreja católica, em uma reunião de autoajuda para indivíduos com pênis pequeno. Esta característica em comum é o foco de suas lamentações semanais, atestando que o assunto ainda é um tabu e assombra os homens, que se sentem diminuídos em sua força e virilidade.
O grupo foi organizado por um padre e tem três frequentadores assíduos. Uma noite, porém, um novo integrante (Mário) se junta aos demais e os leva a se questionarem sobre as relações do grupo e sobre seus próprios medos e fantasmas. À medida que esses homens se abrem, segredos são revelados e vêm à tona questões sobre identidade, masculinidade, sexo, relacionamentos e status social, em uma jornada que pode redefinir suas vidas.
O tema é universal e se mantém cada vez mais atual. “Nunca havia parado para pensar em como o tamanho do pênis pode afetar a vida de um homem. Seja ele imenso ou mínimo, existe uma lacuna enorme, uma grande solidão, medo da dor da rejeição na vida daqueles homens. Além disso, os personagens são muito bem desenhados, factíveis, reais”, diz fala Aloísio.
Reinecke optou por uma encenação realista: “Essa peça pede realismo nas interpretações e nos figurinos. No cenário, juntamente com as criadoras, procuramos quebrar um pouco esse realismo extremo, de maneira simples, teatral, que fugisse do cenário gabinete, mas que remetesse ao local em que se passa, que é uma igreja”. O espetáculo tem cenários e figurinos de Natália Lana e Marieta Spada, trilha sonora de Liliane Secco e designer de luz de Adriana Ortiz.