É novamente necessário conclamar as pessoas da cidade a colaborarem para atravessarmos este difícil período de crise na saúde. Uma crise que não é municipal, estadual nem nacional. É mundial. É uma pandemia que afeta o mundo e que só será vencida se todas as pessoas se conscientizarem da necessidade de tomar todas as precauções para evitar o contágio e reduzir a propagação do coronavírus. Só vamos conseguir sair da situação crítica com a ação de todos, principalmente no que diz respeito ao distanciamento social e ao uso ostensivo de máscaras em locais públicos e com presença de outras pessoas.
O ideal seria uma consciência coletiva em nome da saúde pública, sem a necessidade de medidas decretadas, estabelecimento de punições e de fiscalização rígida. Melhor seria que as próprias pessoas compreendessem a necessidade de preservar a própria saúde e a de seu próximo. Infelizmente não tem sido assim. Desde o início da pandemia tem sido necessária a adoção de medidas de esclarecimento, juntamente com proibições. Ainda assim ocorrem descumprimentos e as punições passam a ser fundamentais para que a doença não leve os sistemas de saúde ao colapso.
Há pressões de toda ordem para que as medidas sejam abrandadas. E não é difícil compreender que uma parte dos que reivindicam as adequações está pressionada pela situação econômica de seus estabelecimentos e precisam de soluções. Mas também é visível que uma parte desobedece apenas para atender a interesses próprios. E ainda uma parte que aposta sempre no pior, para que a imagem de outras pessoas fique manchada. Estas duas partes são incompreensíveis. Não porque afrontam as medidas estabelecidas, mas porque agem com o risco de fragilizar o nosso bem maior, que é a vida.
Nos últimos dias, com o aumento de ocupação dos leitos destinados à covid-19, houve quem defendeu a adoção de lockdown, o que ampliaria a restrição de circulação de pessoas, permitindo apenas as situações essenciais e/ou emergenciais. Na outra ponta há quem defenda maior número de atividades econômicas em funcionamento, para reduzir a dificuldade financeira das empresas e manter os empregos. Os dois lados de defesa têm razões que os assistem. Um por temor ao agravamento do quadro de saúde, o outro por argumentar que a economia está se deteriorando perigosamente.
Não se trata, no entanto, de encontrar o equilíbrio ao se adotar qualquer tipo de medida. Não há nenhum interesse de governantes ou autoridades de saúde em prejudicar o funcionamento da economia. E tenho certeza que nenhum líder empresarial quer ver seus clientes doentes, buscando recursos médicos e hospitalares em uma rede que não consegue manter o atendimento a todos que necessitam. Até porque a doença não vai escolher quem será afetado.
É compreensível que vivemos, além de uma crise de saúde, momentos de extrema tensão por ela provocada. Em situações como esta, na maioria das vezes é difícil manter a serenidade, o discernimento. Não podemos, entretanto, perder de vista que é fundamental a manutenção da vida. Desde o início das medidas de contenção ao coronavírus escolhi defender a vida, a saúde. Mantenho esta escolha por entender ser a melhor – senão a única – nesta situação.
É por esta defesa que mais uma vez peço a colaboração de todos em manter as diretrizes estabelecidas de distanciamento social, uso máscaras quando for imprescindível sair de casa, manter a higiene constante das mãos e evitar tocar o rosto com as mãos não higienizadas. Tudo para que possamos reduzir o número de infectados, o contágio e a necessidade de tratamento de muitas pessoas ao mesmo tempo. Com isso, teremos condições de fazer todas as adequações necessárias, no momento certo e sem risco de retrocessos.