Na parte da tarde do dia 19 de junho último, o Brasil registrou mais de meio milhão de brasileiros mortos. É uma data triste e, sem qualquer exagero, podemos dizer que é um dia sinistro na história do Brasil e que deve ficar marcado para sempre nos corações e mentes de todos nós brasileiros.
Sim. Para sempre, e isto, porque esse número de mortos ocorreu em pouco mais de um ano de registro da presença dessa terrível doença em nosso país. Esse número de mortes é tão dramático que supera o número de brasileiros mortos na chamada Guerra do Paraguai, na Primeira e Segunda Guerra Mundiais.
Refletindo sobre esse triste episódio, os Poderes da República estão devendo para a honra de todos nós brasileiros uma lei ou qualquer outro dispositivo legal que esse dia 19 de junho de 2021 seja cravado na memória de todos nós como o dia de luto nacional. Diante de um fato tão deplorável como esse uma pergunta que não quer calar é: como foi possível chegar a isso? A nosso ver a conjuntura do nosso país pode ser o principal componente, pois o Brasil é e sempre foi um país centralizador e fechado.
Isso impossibilitou tomar uma série de medidas que se tivessem sido tomadas no momento adequado não teríamos chegado a esse triste episódio. Agora, é também fora de dúvida, que a politização diante de uma situação tão grave como ocorreu e vem ocorrendo no Brasil se constituiu no fato mais lastimável de todos.
Sim, e fazendo uma leitura do que vem acontecendo nos diversos países do mundo constatamos com muita facilidade que essa detestável politização só aconteceu e continua acontecendo no Brasil.
Acompanhando esse fato surgiram outros componentes também deploráveis que é a ocorrência de um verdadeiro festival de informações e mais informações a maior parte delas desencontradas trazendo confusão para a população, ao invés de esclarecimentos úteis. Essa confusão de informações chegou ao ponto de pessoas sem qualquer formação médica ou mesmo da área da saúde aconselhar o uso de remédios para tratar ou prevenir a doença covid-19.
E isso pode trazer prejuízo, claro para as pessoas que diante da dificuldade de acesso aos serviços de saúde passam a se automedicar e correndo obviamente os riscos decorrentes dessa atitude equivocada e quem tem menos culpa disso é a própria pessoa.
O fato de o Brasil ser mesmo um país fechado trouxe e ainda está trazendo grandes dificuldades na aquisição das vacinas, até agora o único remédio capaz de diminuir a contaminação e em consequência o número de doentes e de mortes.
Há registro de que em dado momento dadas as dificuldades que o governo estava enfrentando para comprar vacinas no mercado internacional, empresas brasileiras se dispuseram a comprar vacinas e vacinar seus funcionários, mas a legislação brasileira não permite isso, fato esse que é um verdadeiro absurdo.
Um outro fator que vem atrapalhando o combate eficaz dessa terrível pandemia no Brasil é algo sobejamente conhecido dos brasileiros: a corrupção. E isso é algo incrível, desumano e cruel que desde o início dessa pandemia agentes públicos e privados vêm sendo envolvidos em atos de corrupção verdadeiramente deplorável e criminosa.
Por outro lado, o país é tão confuso e desorganizado que possibilita o acometimento desses crimes. Podemos dizer ainda que o Brasil ainda é um país centralizador o que dificulta e muito medidas que poderiam ser tomadas por outros entes federativos como estados e municípios na aquisição de vacinas e insumos que viriam facilitar e muito a vacinação da população. Só depois de longo tempo perdido em negociações é que finalmente alguns estados e municípios adquiriram autonomia para a aquisição de vacinas visando poder facilitar a vacinação de suas populações.
E um outro fator que a nosso ver tanto o governo federal através do Ministério da Saúde e outros órgãos públicos federais quanto os governos estaduais e municipais falharam e continuam falhando é na comunicação com a população a respeito do que é e quais são as atitudes que as pessoas obrigatoriamente têm que seguir para se evitar a contaminação pelo vírus (Continua na próxima semana).