André Luiz da Silva *
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Nesta semana, vivi intensas emoções ligadas à educação e cultura. A primeira delas foi a solenidade de premiação do Projeto Literatura e Arte 2023-24, promovido pelo Rotary Club de Ribeirão Preto- Jardim Paulista.
Nesta edição a proposta temática foi inspirada no lema do Rotary: a criação de esperança no mundo e uma das referências foi a música “Enquanto houver sol” de Sérgio Britto, gravada pela banda Titãs. Pela primeira vez foram reunidas a música, a literatura e a pintura.
As escolas E.E. Otoniel Mota e E.E.PEI Cônego Barros aceitaram o convite, e seus alunos apresentaram textos literários e ilustrações temáticas. Na E.E. Otoniel Mota, a professora Maris Ester A. Souza liderou o trabalho; na E.E.PEI Cônego Barros, as professoras Joyce Mara de Oliveira, Marisa Padilha, Fernanda Rosa da Silva Rodrigues, Lidiane Cristina Silva, Letícia Belavenuto Ozório e Luana Ferlini P. dos Santos conduziram a iniciativa. Uma comissão de rotarianos e a artista plástica Nice Forti avaliaram as produções e os melhores, além de premiados, foram incluídos em uma bela antologia.
A organização e intensidade das palavras resultaram em poesias envolventes e emocionantes. A sensibilidade em cada traço e o uso correto das cores proporcionaram quadros dignos das melhores galerias.
A segunda emoção foi participar, a convite da professora Luzia Aparecida Ravagnani Abbud, de dois encontros na PEI E.E. Dr. Geraldo Correia de Carvalho, abordando racismo, preconceito e discriminação, temas já bem discutidos naquela escola. Apresentamos um resgate histórico desde a escravização dos africanos, a chegada ao Brasil, passando pelo13 de maio de 1888, o pós-abolição e chegando nos dias atuais.
A participação dos alunos e professores Valdineia, Janderson, Aline e Ana Paula foi muito bacana. Atentos e engajados, compartilharam vivências e opiniões. Vítimas de racismo e pessoas que já o praticaram, mesmo sem perceber, puderam dialogar tranquilamente. Ao final, todos se comprometeram a evitar o racismo e a se tornarem antirracistas. Destaco o interesse das alunas Nagela e Ylana, que assistiram a duas palestras, e se empenharam em ganhar um exemplar do livro “Hemodiálise-Filtrando Preconceitos”.
Uma das missões do Programa Ensino Integral é que os educadores, além das atividades tradicionais, orientem os alunos em seu desenvolvimento pessoal, acadêmico e profissional. O diálogo com representantes de diversos setores da sociedade, promovido pela escola, enriquece essa jornada.
Conviver com alunos de três escolas públicas, mergulhar em suas realidades, e dar voz aos seus pensamentos é um exercício de escuta e valorização. Nossa juventude tem muito a dizer, está atenta aos problemas ao redor e deseja participar da transformação da sociedade.
Compartilho dois trechos dos textos vencedores do Literatura e Arte 2023-24. Allana Mendes escreveu: “Enquanto a música existir, enquanto o sol persistir, a esperança estará viva, pronta para nos conduzir”. Gabriely Cristina Martins disse: “No eco dos sorrisos, na paz que se propaga, crie esperança no mundo, seja a chama que não se apaga”.
Assim educação e cultura novamente apontam o caminho para uma sociedade mais igualitária, inclusiva e livre do racismo, iluminada pelo sol da esperança.
* Servidor municipal, advogado, escritor e radialista