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A linha do horizonte está entortando

Em versos da música “Brasil”, do final dos anos 1980, de Cazuza pede para o País mostrar a sua cara. Passados 25 anos essa cara apareceu, e não foi àquela cara de povo cordial e so­licito que aparecia para o mundo.Aquela cara se desfez no ar, e a que apareceu foi a de um povo preconceituoso, racista, ho­mofóbico e vingativo que tomou conta da política brasileira. Aquela esperança – que já dura séculos – de que a educação iria nos ajudar a sair das trevas do subdesenvolvimento está apanhando de goleada.

Uma educação de qualidade e para todos está garantida no capítulo educação da Constituição cidadã de 1988, mas o que diz a Carta Magna, que é a Bíblia de um país, é letra morta para os entreguistas praticantes da “politicanalha” que chegam ao poder nos três níveis de governo.

Os 25% garantidos na Constituição para a educação bási­ca despertou a sanha dos que vêm à educação apenas como cifras, e Ribeirão Preto atuou nas últimas décadas para su­catear a rede municipal de Educação – criando dificuldades para vender facilidades. E é nestes momentos que a inde­pendência entre os três poderes, que é a base dos regimes republicano-democráticos, se esvai, quando entra em cena a depilação do erário público, e o conluio entre o Executivo e o Legislativo se escancara.

O conluio ficou escancarado na sessão desta quinta-feira, dia 04/07/2019, onde a maioria dos vereadores queria votar e aprovar o projeto do Executivo, sem nenhuma discussão ou debate, um acinte contra a população, pois desrespeita a Constituição e as leis que regem a educação básica, que ga­rantem uma educação pública de qualidade para todos.

O projeto quer entregar sete escolas, que ainda serão inau­guradas, para as OSs (Organizações Sociais) administrarem do jeito que acharem melhor, pois o projeto não estipula as metas a serem cumpridas, como a formação e capacitação do corpo docente, do projeto político pedagógico da instituição, sem falar que a idoneidade de muitas OS está sendo contes­tada em todo o Brasil, pois diferentemente das conveniadas, que prestam um excelente serviço, as OSs são uma caixa preta. O projeto não apresenta as justificativas plausíveis, para uma atitude de tal magnitude.

A rede municipal enfrenta há vários anos problemas de gestão, que estão minando a qualidade do ensino, mas entra gestão sai gestão e tudo continua na mesma, e agora vemos por que isso vinha acontecendo. A luta é de todos, pois se esse projeto prosperar será o inicio do fim da educação públi­ca e gratuita para todos. Há tanto tempo tentam aniquilar a educação pública, que já estão entortando o horizonte.

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