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A Indispensável Governança 

André Ali Mere *
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As Teorias e Práticas de Administração sempre se reciclam, inovam e criam termos novos ou repaginados. Atualmente ouve-se muito o termo ESG (Environmental, Social andGovernance). Traduzindo este acrônimo, podemos dizer que são políticas adotadas por empresas e instituições que permitem medir as políticas sustentáveis em relação ao meio-ambiente, à sociedade e também uma gestão transparente e eficiente.

A palavra Governança já traz consigo um sentido de administrar e fazer gestão. E isto faz parte do dia-a-dia das pessoas e das empresas, seja no convívio puramente pessoal ou corporativo.

Na esfera empresarial, a falta de governança, intencional ou não, gera conflitos, quebra de empresas e até crises financeiras globais, como em 2008. Recentemente vimos o escândalo das “Americanas”. Empresa de renome nacional, não sai das páginas policiais, com dirigentes sob a mira da Justiça! E veja que os controladores são pessoas reconhecidas capazes no mundo empresarial global. O fato é que falharam na governança e isto não é incomum. Os exemplos se sucedem tanto quanto os anos passam.  

Ainda no mundo empresarial, tivemos os anos da Lava-Jato, onde empresas e empresários se mancomunaram com o poder público para um enriquecimento vil e abjeto, prejudicando a vida de um país e não apenas de sócios e funcionários.

Se olharmos o mundo atual com duas guerras nos holofotes (Ucrânia e Gaza) da população e mais dezenas de conflitos regionais, vemos como a falta de Governança nos afeta.

Na primeira metade do século XX tivemos 2 grandes guerras mundiais com dezenas de milhões de mortos. Para evitar tamanha destruição, líderes políticos tentaram criar uma governança. Primeiramente com a Liga das nações e depois a criação da própria ONU. Infelizmente a ONU vive uma paralisia há anos e não consegue fazer esta Governança.

Num mundo altamente globalizado e conectado esta falta de controle e apaziguamento das relações entre países será sempre uma temeridade.

Como as duas grandes ocorreram na Europa, o continente buscou se vacinar e a criação da União Europeia é certamente um modelo para conjugar interesses e limitar tensões.

Com erros e acertos é um modelo vitorioso. São 27 países que tem como princípios o fortalecimento da livre iniciativa e da democracia em suas raízes. Mesmo o Reino Unido, que se retirou da União Europeia, hoje as pesquisas indicam que não teria saído. Não fosse a invasão da Ucrânia pelo criminoso Putin, a Europa estaria numa situação bem mais tranquila.

Muitas eleições acontecendo no mundo, com implicações generalizadas, partidos à direita ou à esquerda se alternado no poder, ou seja, absolutamente natural nas democracias. Este é um primor conquistado pelo mundo civilizado e sem precedentes.

Esta inestimável Governança deve se fazer presente também no nosso mundo micro – econômico, seja nas nossas empresas e também nas entidades que participamos.

“Se o preço da democracia é a eterna vigilância”, diria que o preço da Gestão é o eterno controle.

* CEO das empresas JP Farma/Olidef Medical 

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