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A hora da morte

Todos nós temos o momento exato de nossa partida para a esfera superior, ou como diz Galvão Bueno, “de ir para o subsolo”. Eu brinco de várias maneiras, às vezes “digo partir para o andar de cima…”, “Se mandou…”. Já Rolando Boldrin diz que “o caboclo partiu antes do combi­nado”, e Zeca Pagodinho, que tem lá suas crenças brinca, “tô em cima da terra e debaixo do céu, ainda tô bem com o homem” (rsrsr).

Quando digo sobre a hora da morte, é porque, em algumas das inú­meras mensagens psicografadas que recebi de meu filho Lucas Bueno, ele disse: “Pai, nós não ficamos um segundo a mais na terra do que está pro­gramado, é o nosso tempo, meu pai”. Suas mensagens são tão verdadeiras que encaro a morte como a coisa mais natural do mundo.

Quando meu amigo Dr. Gilberto Saber operou-me, retirando minha próstata e junto dois minúsculos tumores malignos, não me abalei, como muitos, toquei a vida numa boa, cantando, fazendo shows, e justamente um mês depois voltei ao centro espírita que o saudoso Tio João comandava.

Naquela noite, a médium Claudia recebeu uma psicografia de meu filhão Lucas me confortando, dizendo: “Pai, você tinha que pas­sar por isso para continuar a cantar”. Minha missão aqui na terra era cantar onde precisavam me ouvir, e que não me preocupasse porque o manto da nossa mãe santíssima estava me cobrindo.

Conto agora sobre um fato que tem tudo a ver com o que escrevi acima. Eu era policial rodoviário e uma noite, quando trabalhava na base do quilômetro 250 da Via Anhanguera, fui atender uma ocor­rência de grave acidente entre Santa Rita do Passa Quatro e Porto Ferreira. Ali tem uma forte descida logo depois da saída do Posto Anhanguera, administrado pela família Scorsolini.

Pista interditada, muitos veículos parados, entre eles um em que um casal abraçado chorava muito. Eu ali, na labuta, tentando retirar dos veículos quem ainda estava vivo. Depois amigos vieram me aju­dar. Só sei que quando tudo se ajeitou, o casal veio conversar comigo e o senhor, com seus 50 e poucos anos, disse: “Seu guarda, estamos chorando, incrédulos e agradecendo a Deus, porque junto com esses mortos era para estarmos também”.

Eu disse “como assim?” Ele respondeu que o carro dos que morreram estava vindo do seu lado e, ao se aproximarem da entrada do Posto Anhanguera, seu carro desviou e entrou no posto.

“Minha mulher, assustada, me perguntou: ‘Porque você entrou no posto?’ Respondi que não desviei pra dentro do posto, alguma coisa acon­teceu, e logo saímos do outro lado, entramos na pista novamente e demos de cara com esta tragédia acontecida segundos antes. Deus nos desviou do acidente”.

Os segundos dentro do posto foram programados pela espi­ritualidade. Esta semana, ouvindo nossa Thathi FM, o locutor Igor Ramos chama meu amigo Lucinho Mendes, repórter super antenado, para noticiar uma incrível história que rolou na cidade de Miguelópolis. E sabem como é esse tal de “zap”, fato assim es­parrama como chuchu na cerca e as estórias vão ganhando espaços novos a cada fala.

Uma até desconfia que enterraram mais gente viva e coisa e tal e lá entra Lucinho rindo narrando o fato, colocando no ar dois áudios de duas moradoras da cidade onde o fato ocorreu. So pessoas simples, amedrontadas com tudo e uma diz a outra: “Ô fulana, você viu? A mãe do Cheirinho, mulher do seu Iochi, diziam que tinha morrido, agora dizem que está vivinha da silva…”

Foi a maior muvuca na cidade, e depois a médica esclareceu que foi uma equipe para o velório com todo tipo de equipamento e constataram que a senhora tinha realmente partido pro andar de cima e fazia tempo, e que talvez sua neta, em estado emotivo, tenha imaginado ouvir o bater seu coração.

Sexta conto mais.

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