Morreu na noite de quarta-feira, 27 de dezembro, em Ribeirão Preto, um dos mais talentosos fotógrafos do Brasil. Rubens Guerra tinha 59 anos e foi diagnosticado com câncer no aparelho digestivo há cerca de 20 dias – estava internado no Hospital das Clínicas (HC). Ele foi sepultado às 16h30 de ontem, no Cemitério da Saudade, nos Campos Elíseos. Um de seus últimos trabalhos foi para o Museu Casa de Portinari, em Brodowski. No dia 6 de janeiro, sábado, durante o V Salão de Arte Fotográfica Monocromática, o Grupo Amigos da Fotografia (GAF) fará uma homenagem póstuma – será representado pelo amigo-irmão Beto Baptista.
Guerra era ligado ao Cine Foto Clube de Ribeirão Preto, mas fez amigos por toda a parte. Dava palestras sobre fotografia e participava de workshops. Durante seus mais de 40 anos de carreira (começou a fotografar com 12 anos), imortalizou em imagens os principais pontos turísticos de Ribeirão Preto – Palace Hotel (hoje Centro Cultural Palace), Edifício Meira Júnior e Theatro Pedro II, no Quarteirão Paulista, no Centro Histórico. Era morador do Jardim Paulista, bairro que amava e venerava.
Também deixou de herança imagens das praças XV de Novembro, Carlos Gomes e das Bandeiras, além de igrejas como a Catedral Metropolitana de São Sebastião e Santo Antônio, nos Campos Elíseos. Fotografou mulheres, crianças, idosos… Várias modelos posaram para suas lentes. Captou imagens de paisagens em suas viagens. Clicou desde obras de arte raras e valiosas a problemas urbanos comuns. Gostava de fotografar ambientes. Prestou serviços para vários veículos de comunicação e assessorias de imprensa, mas seu foco principal era a publicidade.
Artista plástico, produzia mandalas. “As imagens que componho são captadas e editadas digitalmente. São impressas em um tecido de algodão importado (canvas, tecido de tela para pintura) muito resistente; montadas em chassis de madeira específica e moldura também em madeira. Impressão até pouco tempo inimaginável, com definição absoluta e estabilidade de cores garantida pelo fabricante da tinta (Hewlett-Packard) por até 200 anos. Entrego montada, acondicionada em embalagem reforçada”, diz texto publicado em seu blog.
Também foi autor do livro “Cidades Pela Paz”, um compilado de 100 fotos que fez por cinco municípios do interior paulista, retratando o estilo de vida das pessoas. Vegetariano, gostava de fotografar os pratos que montava. Amante de poesia e música, viajou para Santa Catarina com o grupo de motoqueiros chamado Tarjas. Curtia as motos Harley Davidson.
“Sempre trabalhou como fotógrafo publicitário. Em seu estúdio estudava horas a luz perfeita, seja para um produto ou foto de gente. Era uma marca do Rubão, adiava o máximo o disparo de sua câmera. Com esse esmero, pintava com a luz”, diz o fotógrafo Beto Baptista. Quem quiser conhecer o legado de Rubens Guerra pode acessar o blog que ainda está no ar, no endereço http://rubensguerra.blogspot.com.br/.