Pacientes das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Ribeirão Preto entraram em contato com o Tribuna para reclamar da demora no atendimento nestes equipamentos desde o final de semana. A Unidade Básica e Distrital de Saúde Doutor Marco Antônio Sahão (UBDS Sul, na Vila Virgínia, rua Franco da Rocha nº 1.270) está entre os alvos das queixas.
As reclamações também atingem as UPAs Doutor Luis Atílio Losi Viana (UPA Leste, avenida Treze de Maio nº 353, Jardim Paulista) e Nelson Mandela (UPA Norte, no Adelino Simioni, avenida General Euclides de Figueiredo nº 295 ). Segundo os usuários, a demora no atendimento chegou a cinco horas no final de semana e na manhã desta segunda-feira, 3 de janeiro, ainda havia fila nestes locais.
De acordo com Márcia Cristina de Oliveira, no domingo (2), ela ficou das dez da manhã ate às 15 horas à espera de atendimento na UPA Norte, com dores no corpo e febre. Afirma ainda que várias pessoas chegaram depois dela e foram atendidas primeiro. Nesta segunda-feira, ela retornaria à UPA para uma nova consulta e para realização do teste de covid-19.
Questionada pelo Tribuna sobre as reclamações, a Secretaria Municipal de Saúde informa, por meio de nota, que as unidades de atendimento apresentam aumento no fluxo desde a semana passada, devido ao número de casos de síndrome gripal. Por conta disso, ampliou o quadro de médico dos postos.
“A pasta esclarece também que está monitorando o atendimento diariamente e novas medidas serão tomadas conforme essas avaliações. Por fim informa que nenhum paciente ficará sem atendimento”, diz parte da nota enviada pela secretaria.
Na quarta-feira, 29 de dezembro, a Secretaria de Saúde havia informado que a cidade já tem transmissão comunitária da variante Ômicron e a circulação do vírus H3N2 da gripe Influenza.
Com isso subiu para sete o número de infectados pela nova cepa do Sars-CoV-2. Dos casos confirmados, três pacientes não saíram de Ribeirão Preto e negaram contato com viajantes ou outras pessoas infectadas, o que caracterizaria a transmissão comunitária.
O primeiro caso da Ômicron em Ribeirão Preto foi divulgado no dia 21 de dezembro. Na época, a Secretaria da Saúde também afirmou que a nova cepa da gripe H3N2 infectou seis pessoas que precisaram de atendimento nos serviços de saúde da cidade.
Na semana passada, o secretário municipal da Saúde, José Carlos Moura, afirmou que o município avalia retomar o Polo Covid-19. Desta vez, ele não seria apenas para atendimento do coronavírus. O local seria um ponto de apoio para atendimento de quadros de síndromes gripais.
Segundo o Boletim Epidemiológico divulgado em 2 de dezembro e com dados até 30 de novembro, a cidade registrou um caso e uma morte pelo vírus influenza B no ano passado. Não houve ocorrências de influenza A não subtipado, H1N1 e H3N2. Em 2020 foram doze casos e quatro óbitos, contra 62 ocorrências e 13 mortes em 2019.
No período anterior (2018), Ribeirão Preto registrou 104 infecções e 23 vítimas fatais. Entre 2015 e este ano foram 317 casos e 60 mortes na cidade. Em 2020, a cidade registrou 3.172 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) atribuídas ao vírus influenza e 970 óbitos. Neste ano já são 5.981 ocorrências e 2.042 mortes.