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A falta de humanismo compromete a democracia

A construção da sociedade brasileira se alicerçou em cima de falcatruas e crimes, que enriqueceram e criaram privilégios intransponíveis para proteger os donos do poder, e essa política predatória e segregadora definiu o destino da população pobre, pois além de servir e não participar da festa tem que ser um eterno servidor, e pagar a conta sem reclamar – e assim se fez.

A classe subalterna, sempre foi subjugada pelos dogmas religiosos e pelos sofismas dos donos do poder. A Igreja garantia o reino de Deus, para os pobres cativos, já os do­nos do poder plantavam a esperança de que éramos o País do futuro, e que o sofrimento causado pela miséria, um dia não faria mais parte do nosso cotidiano, e não tendo nada de concreto para se agarrar, olhavam para o horizonte esperando este tempo chegar, mas o tempo passou, e esse futuro está cada vez mais distante. Subjugar os pobres, não permitindo que tenham acesso ao conhecimento, exaltan­do a bandeira da ignorância, sempre foi a velha política de Estado, que se contrapõe a qualquer tentativa de rompi­mento do padrão estabelecido.

Não conhecer a história, causa sofrimento e dor, e a maioria da população brasileira, por desconhecer a his­tória de seu País vive num eterno sofrimento. Não existe democracia sem cidadania e a autonomia, e por não saber o sentido destas palavras a maioria da população terceiriza seus direitos, e vive esperando que algum ser iluminado os defenda, mas este desconhecimento abre caminho para perpetuar no poder essa “gente de bem”, que só maltrata e ultraja a população pobre, que por ignorância ainda agra­dece. A história da República brasileira, nunca tinha regis­trado um presidente que cumprisse na íntegra as promessas feitas na campanha eleitoral, que iria destruir as instituições fiscalizadoras e de controle social, que iria paralisar as pesqui­sas cientificas, e em seu lugar instalar o fundamentalismo religioso – e está cumprindo o que prometeu.

Há uma grande dificuldade em propalar o bem, no entan­to o mal é facilmente absorvido pela população, que interiori­za com facilidade palavras e atitudes que agridem e levam ao justiçamento. Não pode haver comunhão entre o Estado laico e a religião, pois quando isso acontece os direitos humanos ficam comprometidos, pois a religião cuida da fé e do mereci­mento, e o Estado tem que cuidar da equidade e do bem estar de todos. A base escravagista e preconceituosa, nunca perdeu seu status, e ardilosamente para sobreviver em uma demo­cracia trabalharam como os cupins na penumbra, destruindo por dentro a convivência social, e quando surgiu a oportuni­dade saíram do submundo mostrando que nunca desistiram da senzala e da chibata.

O domínio religioso de algumas instituições, não traz benefícios para a democracia, o exemplo disso são os conselhos tutelares, que foram aboletados pelos integran­tes das igrejas pentecostais, que substituíram o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) pelo Velho Testamento. Essa tentativa criminosa de transformar o Estado laico em Estado religioso está retrocedendo o País para meados do século passado. A chegada dessa figura tacanha, criminosa e desprezível à presidência da República começou a ser planejada após a Promulgação da Constituição cidadã de 1988, pois segundo eles: “não era para o Brasil, por conter muitos direitos”. A democracia brasileira não será subjuga­da por essa camarilha!

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