Para Pepe Escobar, esse extraordinário jornalista, que, sem pandemia, se deslocava entre Paris, Washington, Moscou, e tantas outras capitais da Ásia, e que agora fica, em Bangkok, capital da Tailândia, entra no Brasil via Yutube, em diálogos importantíssimos, e no Canal 247.
Sua visão crítica em relação ao que acontece na política e na vida de tantos povos e governos, com suas ambições de poder, econômico e militar, como das grandes potencias, e a ânsia de desenvolvimento dos países emergentes e dos outros que estão na escala da estagnação, nos oferece a consciência de que não estamos acostumados a analisar os atos e fatos, na economia e na política, na perspectiva da geopolítica.
Assim, uma campanha de desmoralização das empresas brasileiras, coincidentemente disputando o mercado internacional com empresas estrangeiras, fica parecendo ser “coisa” interna, quando a mobilização de autoridades nacionais, políticas e militares ou togadas, servem de quintas-colunas, a executar o serviço com o prestigio fabricado pela força midiática de uma imprensa não investigativa e não livre da maneira com entendemos a liberdade de desinformar e deformar a opinião publica.
O problema não é defender a corrupção sistêmica ou pontual, pois, essa senhora, em si mesma, tem vocação de prostíbulo, e portanto não se fala dela com uma espécie de “amor ético”. Deve ser combatida diariamente por instituições e pessoas.
O problema, na verdade, é quando ela é convocada, para sair de seu esgoto e golpear as instituições democráticas, como acontece, ora por vez, no Brasil, em golpes salvacionistas, que como o golpe parlamentar do “impeachment” de 2016, servia a interesses geo-políticos estrangeiros.
O sinal exemplar mais claro é que no auge da crise institucional do Brasil, o Senado votou uma lei de flexibilização da lei do pré-sal, que era nossa garantia de sustentação da qualidade de vida do Brasil, via riqueza provinda da exploração do petróleo.
Nessa fase de prestigio do “espírito de vira-lata”, que a mediocridade governamental do país alavanca, num ritual de vassalagem externa e de ridículo interno, o Brasil pode sofrer danos irreparáveis, com a estupidez de se fazer da nossa política externa, um vinculo de dependência, que revoga a história exuberante e exemplar de nossa diplomacia, que colocava em primeiro plano os interesses nacionais do país.
Nós desacreditamos a nós mesmos, propiciando às empresas estatais estrangeiras que explorem nosso petróleo, desmoralizando a nossa estatal, que não estaria à altura de uma conduta empresarial ilibada, quando ela foi vitima e não autora da corrupção, que é mais antiga apesar da imprensa não dizê-lo. E a sequência desse espirito vendilhão é a venda da distribuidora da Petrobras, com sua rede de canalização do produto espalhada pelo Brasil.
Vendeu-se com a garantia de um contrato de aluguel com o comprador, cujo preço em três anos atinge o valor da venda. E depois desse curto tempo, ficamos sem o patrimônio público criado pelo povo brasileiro. Não existe corrupção maior do que essa. E um crime de lesa-pátria.
Ainda, para explicar a crise politica e institucional do país, a corrupção, mais uma vez, fez o papel de um vírus, que faz acreditar que ela é a única responsável por nossa desgraça, e é tal a intensidade de sua pregação e desse discurso para convencer o incauto de quem se trata de uma “desgraça só brasileira”. Mas, ninguém fez o discurso da privatização saneadora, quando foi descoberta corrupção no Pentágono, que é o símbolo do poder militar do ocidente. O Globo , no dia 13 de outubro de 2014, via internet, veicula a matéria sob o titulo ‘Investigação revela corrupção no Pentágono’, que sedia um Departamento de Defesa dos Estados Unidos, em seu complexo predial.
Este Departamento de Defesa é o mesmo que esteve ligado à tropa salvacionista, salve, salve, da lava-Jato.