Considerada até algumas décadas como algo muito distante da realidade brasileira, a produção de energia solar ganhou espaço e passou a fazer parte do cotidiano de muita gente. Um exemplo disso é o Magazine Luiza, importante grupo varejista do país, que recentemente fechou acordo para a aquisição de energia solar para 214 suas lojas.
Segundo a empresa, o grupo, que possui mais de mil lojas espalhadas pelo país, irá implantar o novo sistema em 123 filiais do estado de São Paulo e em 91 no estado do Paraná.
O contrato da rede de lojas funcionará no sistema de aluguel e prevê a entrega pelo fornecedor de 9307,1 MWh de energia por ano. A rede não vai instalar placas fotovoltaicas nas lojas, mas usar a energia comprada de um produtor, subsidiário de um grupo francês.
Outro exemplo de quem tem investido na energia solar, vem do setor da construção civil: é o Grupo Pacaembu. Ele fez parceria com uma startup que desenvolveu um combo com energia solar, iluminação led e monitoramento inteligente de consumo focado para habitações de baixa e média renda.
A parceria com a Ambar, que desenvolve tecnologias para habitação, e com a Ebes, pioneira em projetos de geração distribuída fotovoltaica no Brasil, deu origem à startup sol+lar, com o propósito de reduzir custos de habitação para o morador. A primeira iniciativa está diretamente ligada à redução na conta de luz, uma das principais despesas no orçamento das famílias.
O projeto foi direcionado ao Programa Minha Casa Minha Vida e testado em 40 casas de conjuntos construídos nas cidades de São José do Rio Preto e Avaré. O projeto comprovou que é possível reduzir os custos anuais com energia em até R$ 840,00, por meio da geração própria de energia.
Tendência
A busca por energia sustentável é uma tendência que tem ganhado espaço porque, além da economia, a energia fotovoltaica tem como diferencial de outros meios de energia, a preservação do meio ambiente. Para o funcionamento deste sistema, a única coisa imprescindível é o sol.
A energia solar pode ser produzida por grandes usinas do setor ou pelo próprio consumidor através de módulos ou painéis que absorvem a luz proveniente do sol e a transformam em energia elétrica que é diretamente usada. A tendência, segundo especialistas, é de que até 2040, a geração de energia solar e eólica responderá por 43% do total produzido no Brasil.
Ribeirão Preto
Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revelam que em Ribeirão Preto até o final do ano passado 414 imóveis e 51 estabelecimentos comerciais já utilizavam a energia solar por meio de painéis fotovoltaicos. Em relação ao valor que o cliente deve investir para ter esse sistema em sua casa ou negócio é preciso analisar o consumo atual de energia e a quantidade de energia que ele pretende produzir.
Shell quer instalar complexo de energia solar
A Shell, multinacional petrolífera, começou a trabalhar em um projeto que tem como objetivo instalar um complexo de energia solar em Minas Gerais. Com isso, esse pode ser o primeiro investimento direto da empresa na área de energia renovável no Brasil.
A companhia decidiu fazer parte de um movimento adotado por diversos gigantes do setor de óleo e gás ao redor do mundo. Atualmente, muitas empresas procuram investir em ativos renováveis, como parques eólicos e solares. Os investimentos estão sendo feitos ao redor do mundo. No entanto, muitas delas miram o Brasil devido ao potencial de produzir esse tipo de energia.
Segundo o pedido de outorga enviado à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o novo projeto da Shell envolve três usinas com capacidade instalada total de 130 megawatts. Elas seriam instaladas em Brasilândia de Minas, município localizado a cerca de 500 quilômetros de Belo Horizonte, capital do estado. De acordo com projeções de mercado, um empreendimento dessa magnitude demandaria mais de R$ 500 milhões em investimentos.
O pedido de outorga obtido pela empresa representa apenas o primeiro passo da iniciativa. Ainda não se sabe ao certo como e quando a Shell começará a desenvolver o projeto. Em tese, com esse registro requerido, a multinacional pode se inscrever em leilões organizados pelo governo para contratar novas usinas de geração de energia.
Por enquanto, a empresa não deve divulgar mais detalhes sobre o empreendimento devido ao período comum de silêncio que antecede a divulgação de resultados. Esse parece ser o primeiro de alguns outros investimentos que a empresa fará nesse tipo de energia em território nacional.