Tribuna Ribeirão
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A educação básica pública tem que ser libertadora 

José Eugenio Kaça *  
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Há uma afirmação que diz: “É preciso conhecer a história, para não repeti-la”. Acontece que o mundo ocidental está vivendo um momento de obscuridade, e as atrocidades de outrora que foram extirpadas; como uma fênix estão renascendo das cinzas. E estas cinzas que deveriam ter sido jogadas no oceano e desaparecer, foram guardadas, e agora o sopro do ódio que vivia meio adormecido no âmago de pessoas cruéis; despertou, e está dando vida para as cinzas que tanto mal causaram para a humanidade, e o passado repleto de violência e crueldade que os regimes de exceção protagonizaram, que deveriam estar sepultadas; ressurgem com o sopro do ódio que está fazendo as cinzas reacender novamente.  
 
No Brasil, a extrema direita lambe-botas e lesa pátria, escolheu o caminho da mentira para destilar o veneno importado do Império do Norte, pois o Império ordenou e essa gente desqualificada cumpriu a risca ajudando o Império a disseminar sua política, não permitindo que o Brasil e os países da América Central e da América do Sul colocassem as manguinhas de fora, e exercessem suas autonomias escolhendo seus próprios caminhos. Apesar dos entreguistas o Brasil sempre possuiu verdadeiros patriotas, que sempre pensaram em fazer do País uma Nação. O Movimento da Escola Nova de 1932, mostrou o caminho para uma educação básica pública com qualidade e para todos, entretanto, a Igreja Católica mancomunada com os lambe-botas do Império atacaram de forma vil este Movimento, que apesar disso deu seus frutos.  
 
Mesmo com toda iniquidade os defensores da educação brasileira conseguiram abrir caminhos no meio do cipoal da selva artificial criada pelos detratores da Pátria. Os projetos exitosos foram combatidos com mentiras e abandono institucional, pois para manter seus privilégios é preciso que o povo se mantenha na ignorância. A primeira lei que estabeleceu a diretrizes para a educação brasileira, foi promulgada em 1961, depois de tramitar durante treze anos no Congresso Nacional. Essa demora se deveu a luta dos defensores da educação básica pública, que não aceitaram a proposta de uma educação privada, e os filhos dos pobres iriam receber bolsas. A luta deu resultado e a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) entrou em vigor, mas até hoje muitos dos seus artigos não são respeitados. 
 
Os ataques vis a educação básica, com mentiras e sofismas não deram os resultados esperados, então mudaram de tática. A escola sem partido, a mamadeira de piroca e as escolas cívico militares; foram projetos para acabar com a autonomia dos educadores e promover o adestramento das nossas crianças e adolescentes, e como estes projetos não estão produzindo os frutos desejados – mudaram de tática. A criação de escolas de tempo integral no Estado de São Paulo, como solução para melhorar a qualidade da educação básica têm muitas incongruências. As chamadas escolas PEIs (Programa de Ensino Integral) não atendem a todas as necessidades dos alunos. Os alunos entram às 7h30 e saem às 16h30, uma jornada de nove horas, no entanto as condições salubres não estão presentes. 
 
Ano passado o governo Tarcísio de Freitas cortou mais de nove bilhões da educação básica pública, com o velho argumento: “FAZER MAIS, COM MENOS”, e o resultado desta aberração está aparecendo agora.  
 
Uma escola que visitei ainda não está adequada para receber os alunos. A escola não tem refeitório, foi adaptado um espaço no pátio, onde colocaram algumas mesas, muitos alunos comem em pé. Não instalaram os ares condicionados, têm duas quadras, mas somente uma é coberta, e com uma cobertura que só protege do sol do meio dia. Entretanto, esse projeto tem outras ambições, pois vai promover ao longo do tempo o adestramento e a doutrinação ligada as facções religiosas. Todas as salas de aulas têm câmeras, que são monitoradas pela direção, e espelhadas para a Secretaria de Educação – vigilância total. E com está ferramenta aos poucos só vão ficar nas escolas os educadores doutrinados. Estão matando os sonhos desta meninada, e sem sonhos o futuro é sombrio.  
 
Se deixarmos a corrente seguir este fluxo, o futuro do nosso País vai ser voltar a Idade Média.   
 
* Pedagogo, líder comunitário e ex-conselheiro da Educação 
 

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