O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é uma das despesas anuais que pegam muitas pessoas de surpresa, especialmente no início do ano, quando também surgem outras obrigações, como o pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a matrícula escolar e a compra do material didático dos filhos. Para que esse gasto não prejudique a saúde financeira, um bom planejamento é essencial.
Uma dúvida comum é se vale a pena pagar o IPVA à vista ou parcelado. A resposta depende da sua situação financeira. Antes de tomar qualquer decisão, é fundamental fazer os cálculos, considerando o valor do desconto para pagamento à vista e a possibilidade de ter o dinheiro investido em outra aplicação com maior rentabilidade.
Segundo o especialista em educação financeira, Reinaldo Domingos, é preciso escolher, com consciência, o que é mais vantajoso para o seu futuro. Se o proprietário do veículo tem dinheiro disponível, sem ele estar aplicado ou gerando rentabilidade, pagar à vista pode ser uma boa opção. Fora isso, são necessários cálculos.
“A chave para uma boa gestão financeira é a conscientização. Planejar é essencial para tomar decisões financeiras que realmente tragam benefícios no longo prazo”, afirma o especialista.
Ele explica que se o contribuinte estiver equilibrado financeiramente ou tem reserva de estratégica, pagar à vista poderá ser vantajoso. Se estiver com o orçamento apertado, o parcelamento pode ser uma solução. Porém, sem um planejamento adequado, as parcelas podem comprometer sua saúde financeira a longo prazo.
Frota paulista
A frota total no Estado de São Paulo é de aproximadamente 29,4 milhões de veículos. Desses, 19 milhões estão sujeitos ao recolhimento do IPVA e 9,4 milhões estão isentos por terem mais de 20 anos de fabricação. Cerca de 950 mil veículos são considerados isentos, imunes ou dispensados do pagamento (como taxistas, pessoas com deficiência, igrejas, entidades sem fins lucrativos, veículos oficiais e ônibus/micro-ônibus urbanos). Ribeirão Preto tem cerca de 600 mil veículos.
A Fazenda Estadual prevê arrecadar R$ 30,4 bilhões com o IPVA em 2025. Deste total, descontadas as destinações constitucionais (como o Fundeb), o valor restante é repartido metade para os municípios de registro dos veículos, que devem corresponder ao local de domicílio ou residência dos respectivos proprietários, e a outra metade para o Estado. Os recursos do imposto são investidos pelo governo estadual em obras de infraestrutura e melhoria na prestação de serviços públicos como os de saúde e educação.
As alíquotas do imposto para veículos particulares novos e usados permanecem as mesmas em 2025: 4% para carros de passeio; 2% para motocicletas e similares, caminhonetes cabine simples, micro-ônibus, ônibus e maquinário pesado; além de 1,5% para caminhões e 1% para os veículos de locadoras, registrados em São Paulo.
A novidade para 2025 é o incentivo a utilização de veículos com fonte alternativa e renovável de energia de maneira a reduzir a emissão de poluentes e contribuir para a melhoria do meio ambiente. A proposta do Governo de SP aprovada na Assembleia Legislativa, contempla a isenção de IPVA de veículos movidos a hidrogênio e veículos híbridos com motor elétrico e com motor a combustão flex movido a etanol, com valor de até R$ 250 mil.
Também terão o benefício os ônibus ou caminhões movidos exclusivamente a hidrogênio ou gás natural – inclusive biometano.
Atraso de pagamento
O contribuinte que deixar de recolher o imposto fica sujeito a multa de 0,33% por dia de atraso e juros de mora com base na taxa Selic. Passados 60 dias, o percentual da multa fixa-se em 20% do valor do imposto.
Permanecendo a inadimplência do IPVA, o débito será inscrito na Dívida Ativa, além da inclusão do nome do proprietário no Cadin Estadual, impedindo-o de aproveitar eventual crédito que possua por solicitar a Nota Fiscal Paulista. A partir do momento em que o débito de IPVA estiver inscrito, a Procuradoria Geral do Estado poderá vir a cobrá-lo mediante protesto.
A inadimplência do IPVA impede o novo licenciamento do veículo. Após a data limite fixada pelo Detran para o licenciamento, o veículo poderá vir a ser apreendido, com multa aplicada pela autoridade de trânsito e sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Total de carros aumenta no Brasil
Desde 2007 o mercado automotivo brasileiro não registrava um crescimento tão exponencial nas vendas. A informação é da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
As vendas de veículos novos cresceram 15% em 2024 quando comparado com o período anterior. Foram emplacados 2,654 milhões de veículos leves e pesados em 2024, contra 2,309 milhões em 2023. Comparando o primeiro contra o segundo semestre de 2024, a alta foi de 32%, o melhor semestre em vendas dos últimos 10 anos.
A produção de veículos novos também cresceu 10,7% em relação a 2023, com 2.574 milhões de veículos novos em 2024 contra 2.325 milhões. Com essa melhora o setor também empregou mais, criando 1100.000 novos postos de trabalho em 2024.
Calendário de pagamento
Os proprietários poderão escolher entre as seguintes formas de pagamento com vencimentos de acordo com o final de placa do veículo:
À vista
– Cota única em janeiro com desconto de 3%;
– Cota única em fevereiro, sem desconto;
Parcelamento
– Em até 5 vezes, de janeiro a maio, sem desconto, de acordo com cota mínima.