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A Colômbia e sua Literatura (13): José Fernández Madrid 

Rosemary Conceição dos Santos* 

De acordo com especialistas, José Fernández Madrid foi advogado e médico pela Universidad del Rosario, na Colômbia. Após a independência do país, assinou, como membro do Conselho Supremo de Cartagena, o ato de independência da província de Cartagena, em 1811, e um ano depois, em 1812, foi “convencionista” de Cartagena. Acabou sendo eleito presidente das Províncias Unidas de Nova Granada (Colômbia), participando como membro do triunvirato de 1814 Durante seu mandato, foi responsável por negociar e capitular, em 1815, com o general monarquista Pablo Andiron. Perseguido e preso pelas tropas realistas, aderiu ao governo espanhol, exilando-se e passando a viver vários anos em Cuba (1815-1816 a 1824-1825). Retornando à Colômbia, foi nomeado agente fiscal na França (1826) e ministro plenipotenciário em Londres (1827) do departamento de Santander. Neste local, assinou um tratado de navegação e comércio entre a Colômbia e a Grã-Bretanha, desempenhando funções diplomáticas na França e na Grã-Bretanha, países-chave na independência americana, aos quais provavelmente exigiu políticas e assistência económica para o desenvolvimento da república nascente. 

Ainda segundo estudiosos, Fernández de Madrid foi membro do encontro literário Buen Gusto, editor do jornal El Argos Americano e colaborador do seminário Francisco José de Caldas. Venceu o concurso científico do Seminário do Novo Reino de Granada. Segundo Medellín e Fajardo, é considerado um pioneiro do teatro na Colômbia e um dos iniciadores do romantismo político e literário no país sul-americano. Foi autor das coletâneas de poemas “Himno a Bolívar”, “Oda a los pueblos de Europa”, “Canción nacional, “La hamaca”, “Mi bandera”, “Poesías”, “Rosas”, “A la restauración de la Constitución española” e “Elegías nacionales peruanas”; foi também autor dos dramas “Atala y Guatimoc” e dos ensaios sobre literatura e medicina “Al público”, “Influjo de los climas cálidos en la estación del calor”, “Memorias sobre la naturaliza”, “Causas y curación del coto”, “Memorias sobre la disenteria” e “La meseniana”. 

Um poema? “A los pueblos de Europa”: ¿Dónde los esforzados? ¿Los libros dónde están? ¿Cómo pudieron rehusar el combate intimidados?¡Ay, a los miserables que cedieron el campo, sin morir, al extranjero! Dadme la lira, dádmela, que quiero cantar la libertad; un dios me inspira; guerra y venganza sonará mi lira; y excitando a la lid, al vencimiento, en armoniosos, desusados tonos, de opresores tormento, yo los haré temblar sobre sus tronos. […] ¿Qué importa la grandeza de tus vastos palacios suntuosos? Plaga devoradora tu nobleza, miseria general, tus poderosos. ¿Y tus reyes? ¡Europa esclavizada! Todo tus reyes y tus pueblos nada! Mas tú en el trono reinas dignamente, monarca de Albión; tú, que el tridente riges en la extensión del Océano; tú, que a la liga inicua y tenebrosa no extendiste la mano la noble mano, fuerte y generosa’. 

Traduzindo: “Onde estão os fortes? Onde estão os livros? Como poderiam recusar o combate por intimidação? Ah, aos desgraçados que cederam o campo, sem morrer, ao estrangeiro! Dê-me a lira, dê-me, quero cantar a liberdade; um deus me inspira; guerra e vingança minha lira soará; e emocionante para a luta, para a vitória, em tons harmoniosos, inusitados, de tormento opressivo, os farei tremer em seus tronos. […] Que importa a grandeza dos vossos vastos e sumptuosos palácios? Praga devoradora de sua nobreza, miséria geral, seus poderosos. E seus reis? Europa escravizada! Todos os seus reis e seu povo nada! Mas você reina dignamente no trono, monarca de Albion; você, que governa o tridente na extensão do Oceano; Você, que não estendeu a mão à liga perversa e sombria, a mão nobre, forte e generosa”. 

Em 1830, enquanto seguia a carreira diplomática, morreu em Barnes, perto de Londres. Por ocasião do bicentenário do nascimento de Fernández de Madrid, o Congresso Nacional da Colômbia honrou a sua memória através da lei 74 de 1988, ordenando que o seu retrato a óleo fosse colocado na Câmara Municipal da cidade de Cartagena das Índias, e publicou sua obra literária na coleção Pensadores Políticos Colombianos. Por adição, visando a divulgação internacional do autor, traduziu “De la Vigné y Dolille”, biografia do autor escrita por Carlos Martínez Silva. 

 Professora Universitária* 

 

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