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A cadeia produtiva da arborização urbana

Cuidar bem e ampliar a arborização nas cidades brasileiras é tarefa das prefeituras municipais. Tal trabalho deve estar aliado à prestação de bons serviços no setor desilvicultura urbana.

Faço neste artigo o exercício livre de percorrer a cadeia produtiva (serviços e produtos) da arborização com o objetivo de demonstrar que ao buscarmos um novo padrão de gestão e manejo das árvores, no­vos empregos serão criados, antigos empregos serão valorizados e um dinamismo empresarial e comercial serão gerados. Para que tenhamos cobertura vegetal de boa qualidade são necessárias, pelo menos, três condições básicas: conhecimento técnico e científico, governança alicer­çada em política pública e meta de sustentabilidade ambiental.

A produção de mudas. Coleta de sementes de diferentes espécies. O acompanhamento da frutificação ao longo do ano, a identificação de matrizes, o deslocamento até essas árvores e a coleta em si. O armazena­mento adequado das sementes, as técnicas de quebra de dormência e o momento adequado da semeadura. Viveiros estruturados para o preparo do solo, a disposição de recipientes onde serão formadas as mudas, os canteiros de espera e os galpões para guardar insumos e ferramentas. Nesta fase são necessários biólogos ou engenheiros florestais, viveiristas, hortelões e administradores.

Os projetos de paisagismo e de rearborização. Para novos loteamen­tos e condomínios ou para bairros antigos, é necessário saber projetar o que será plantado. O embasamento dos projetos são manuais técnicos e a legislação municipal. A aprovação dos projetos é tarefa dos órgãos am­bientais. Formação e capacitação de projetistas podem ser oferecidas por instituições de ensino superior em parceria com as prefeituras. Nesta fase, diferentes formações são necessárias, tais como: arquitetos paisagistas, ecólogos, agrônomos, legisladores e escritores de material instrucional.

O plantio e a manutenção das mudas. Serviços preparatórios para o plantio: aquisição das mudas, obtenção de tutores e gradis, abertura de covas, aporte de material orgânico e capina mecânica. O plantio em si envolve o transporte das mudas e a irrigação. Até que o plantio esteja consolidado, ou seja, que as mudas estejam pegas e bem desenvolvidas, vários são os tratos culturais dispensados num prazo de 2 a 5 anos. São eles: irrigação, replantios quando as mudas morrem, podas de formação da copa, controle de vegetação invasora e proteção e fertilização natural do solo. Empresas fornecem o conjunto desses serviços e empregam diferentes profissionais, tais como: agrônomos, paisagistas, técnicos agrí­colas e ambientais, jardineiros, motoristas, etc. Os insumos e ferramen­tas são adquiridos em casas comerciais do ramo.

O monitoramento das árvores na fase adulta. São três atividades: o acompanhamento técnico permanente da floresta urbana, o controle de pragas e doenças e a poda. Cupins, brocas, fungos e outros patógenos devem ser devidamente controlados. Doenças por deficiência de mine­rais no solo ou outros desequilíbrios fisiológicos também merecem olhar clínico e respectivo tratamento. Podas em árvores urbanas, muitas vezes, são necessárias, tais como: de levantamento da copa, de limpeza e de conformação. Formação de podadores. Alguns profissionais envolvidos: especialistas em fitossanidade, podadores e seus professores, técnicos de campo e de computação. Materiais: equipamentos de segurança, fer­ramentas de poda, produtos fitossanitários, imagens de sensoriamento remoto, registros fotográficos e análises laboratoriais.

Extrações – Serviço definido após laudo técnico de acordo com a legislação. Remoção da árvore, transporte e trituração dos resíduos vege­tais, compostagem e uso como adubo verde. Os profissionais envolvidos são praticamente os já citados anteriormente.

Educação ambiental – Ações educativas direcionadas a diferentes públicos-alvo. Produção de material de apoio. Mobilização de comuni­dades com objetivo de valorizar o verde urbano. São necessários educa­dores ambientais, arboricultores, professores e comunicadores sociais.
A cadeia produtiva da arborização urbana não prescinde de funções e atividades dos órgãos públicos. A meu ver, parcelas estratégicas da política voltada para o setor devem estar devidamente ancoradas e estru­turadas no Poder Público.

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