A colina de Montjuïc, onde a cidade nasceu, concentra uma série de instalações culturais e esportivas de Barcelona. Os romanos nela erigiram um templo dedicado a Júpiter e com o crescimento da cidade, nela se incorporou a montanha, ponto de atração para os barcelonenses e turistas.
O que se destaca, mesmo de longe, é o Palau Nacional (Palácio Nacional, em catalão), construído para abrigar a Exposição Internacional de 1929. Em estilo renascentista espanhol, ele se encontra no final de enorme escadaria dupla, cujo centro exibe belíssimas cascatas luminosas, com corpo horizontal de dois andares, torres e seu domo alto, que domina o conjunto. Hoje, ali se situa o Museu Nacional de Arte da Catalunha, com acervo de mais de 300 mil obras, notadamente a coleção românica (séculos XI a XIII), talvez a mais completa da Europa, bem como quadros, afrescos e objetos do período gótico e renascentista.
Há pouco tempo, anexou-se excelente coleção de arte moderna e numismática. O museu é muito agradável de se ver, especialmente para quem, como eu, aprecia a arte românica e gótica. Ao final da tarde, vale sentar nos bancos que se encontram na beirada da colina, ao lado das escadarias, observando a cidade que se espraia abaixo. Se você tiver sorte, poderá ainda observar o espetáculo das fontes luminosas cantantes, que caem em grande quantidade de água e se concentram na enorme fonte, a FontMàgica, no sopé da colina. É espetáculo para os olhos e para a alma.
Ainda em Montjuïc, está a Fundació Joan Miró, dedicada à obra do genial pintor e escultor barcelonense, que, com suas obras surrealistas, dadaístas e futuristas, trouxe a alegria para a pintura, para suas cerâmicas gigantes e para suas instalações em bronze. Em moderno edifício, com bela vista para a cidade abaixo, estão em exposição as obras do artista. A Fundação é também um centro de estudos das artes dos séculos XX e XXI, com exposição de vários artistas, cursos, palestras, oferta de bolsas de estudo e de aperfeiçoamento. A arte encantadora de Miró encontra-se também em vários lugares de Barcelona, espalhando suas cores e alegria.
Outra atração de Montjuïc é o Poble Espanyol (Povoado Espanhol), construído para a Exposição Internacional de 1929. Ele reproduz mais de uma centena dos vários estilos de construções do país, criando um vilarejo, onde cada casa é diferente. A praça central, Plaça Major, apresenta continuamente danças e manifestações culturais espanholas. Oficinas de artesãos permitem que você acompanhe a criação de seus objetos. Vários bares e restaurantes oferecem bebida e comidas típicas. É uma sensação gostosa caminhar pelas ruelas cheias de flores, visitar as pequenas praças tradicionais, vivenciar o clima de outrora, ao mesmo tempo em que manifestações artísticas nos trazem ao presente.
Montjuïc foi escolhido para sediar a maioria das instalações para as Olimpíadas de Barcelona, em 1992. Substanciais investimentos de remodelação e construções foram feitas e que resultaram em belíssimos ginásios, estádio, setor de piscinas, tudo encimado pela magnífica Torre de Calatrava, idealizada pelo genial arquiteto espanhol, o mesmo que projetou o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. A colina em geral sofreu um processo de embelezamento, existente até hoje, com jardins, fontes, caminhos projetados que a transformaram em agradável local de lazer. Uma escultura, em especial, o monumento em homenagem à sardana, dança típica da Catalunha, chama a atenção pela graciosidade de suas formas, que lhe dão um movimento imaginário.
Ainda na colina, encontra-se o Museu Etnològic de Cultura delMón (Museu Etnológico de Cultura do Mundo, do catalão para o português ), enorme instituição destinada ao estudo das origens das civilizações.