Realizamos, na semana passada, mais uma edição da Agrishow, uma feira dinâmica, forte e que se supera a cada ano. A cada realização temos a percepção de uma organização repleta de otimismo, trabalho, esperança na vitória e no crescimento não apenas dos seus participantes, atores, muitas vezes anônimos, de uma grande produção. Mas também no desenvolvimento do País, no avanço tecnológico e na produção ampliada com maior produtividade, propiciada justamente pelas pesquisas em novas e mais eficazes práticas produtivas. A cada ano vemos mais homens e mulheres dedicados a melhorar a produção e a qualidade de seus produtos.
O foco destes produtores está no mercado, mas não só. Está também – e principalmente – na oferta de alimentos aprimorados, que no final resulta em satisfação do consumidor e melhores vendas, além de pessoas melhor alimentadas e mais dispostas a colaborar com um setor tão importante da vida nacional. Durante uma semana estivemos diante de uma vitrine importantíssima para o Agronegócio. E também de um espaço para a discussão de diversos assuntos, ligados ao setor ou até que ultrapassam as barreiras da produção agrícola.
Há muitas discussões políticas, por exemplo. As solenidades de abertura, que contam com a presença de autoridades das três instâncias de governo, são aproveitadas para o debate de assuntos de interesse do agronegócio e de temas que afetam outros segmentos da vida nacional.
Como em outros anos, na semana passada estiveram na abertura da feira o Presidente da República, Jair Bolsonaro, governadores de Estado, ministros, secretários, prefeitos e vereadores. Foram feitos anúncios de recursos para linhas de financiamento fundamentais para o agronegócio. As discussões econômicas foram presenças constantes, como ingrediente indispensável ao ambiente da Agrishow.
Neste ano, em função do momento vivido pelo País, inovamos nas discussões de interesse nacional. Levamos para a Agrishow um importante fórum para discutir a necessária reforma da Previdência, assim como o Pacto Federativo e a Reforma Tributária nas cidades e os reflexos destes temas na produção do Brasil. Prefeitos da Região Metropolitana de Ribeirão Preto e de consórcios de municípios tiveram a chance de discutir os importantes temas para a gestão pública principalmente nos municípios, que vivenciam situações financeiras extremamente críticas.
A Reforma da Previdência merece destaque neste momento por estar em tramitação na Câmara Federal e pela urgência com que precisa ser discutida e votada. Já no dia da abertura da Agrishow, em função do local e momento oportuno, fiz uma comparação de números que demonstram claramente a necessidade de mudar as regras previdenciárias.
Hoje o governo gasta, por ano, com o pagamento de benefícios aos inativos, a significativa soma de R$ 760 bilhões, contra uma arrecadação de R$ 440 bilhões, portanto, um rombo de R$ 320 bilhões anuais. O valor da safra da agricultura (apenas agricultura) neste ano está estimada em R$ 372 bilhões. Ou seja, o rombo da previdência brasileira tem valor próximo de toda a arrecadação da agricultura. E o custo do pagamento do conjunto de aposentados e pensionistas é mais que o dobro do valor estimado desta produção.
Assim, além da vitrine, da prospecção de negócios (cuja soma ficou em R$ 2,9 bilhões este ano) e avanços tecnológicos que impulsionam a produtividade, tivemos a oportunidade de utilizar o espaço desta feira fundamental para o agronegócio e a economia brasileira para levar a discussão de temas relevantes para a sustentabilidade financeira da União, estados e municípios. Estou convicto de que muito mais pessoas formadoras de opinião passaram a conhecer melhor e a discutir estes temas com propriedade. Sem informações distorcidas de quem tem apenas o discurso fácil para agradar enganando.
Mais um ponto para a Agrishow. Em meio a tantos outros.