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PF quer grupo para investigar políticos

A Polícia Federal encaminhou ao ministro Raul Jungmann, do Mi­nistério de Segurança Pública, uma proposta para criar formalmente o grupo de inquéritos especiais pe­rante o Supremo Tribunal Federal (STF). Até então, o GINQ não era um setor formalmente constituído dentro do organograma da corpo­ração. Agora, o grupo ganha novo status dentro da estrutura da PF e passa a se chamar Serviço de In­quéritos Especiais (SINQ).

Nessa nova configuração, a de­legada Denisse Ribeiro ficará com o comando do SINQ, responsável por todas as investigações de polí­ticos que tramitam pelo STF, entre elas, as relacionadas à Lava Jato, Zelotes e Greenfield. A delegada tem 20 anos de experiência na PF e já atuou em grandes operações como a Acrônimo, Perfídia e Quinto do Ouro. Antes de assumir o cargo, Denisse chefiava o Núcleo de Inteli­gência Policial (NIP) na Superinten­dência da PF no Distrito Federal.

A mudança não vai alterar o comando das investigações em andamento. O inquérito que inves­tiga o presidente Michel Temer, por exemplo, continua sob titularidade do delegado Cleyber Malta. O mes­mo ocorre com os cerca de 220 con­duzidos pelos delegados do SINQ.

A reportagem apurou que a direção da PF já começou a procu­rar delegados para ampliar mais a equipe. O objetivo seria evitar o que ocorre atualmente, com delegados, agentes e analistas tendo que divi­dir a atuação nos inquéritos de po­líticos com outros trabalhos. Com a medida, a PF pretende agilizar as investigações e integrar especialis­tas em casos desse tipo à equipe.

Desde a gestão de Fernando Segovia, demitido por Jungmann, o GINQ era comandado por um de­legado indicado pelo coordenador de Combate à Corrupção Josélio Azevedo. O delegado não aceitou proposta para continuar no cargo e será substituído por Márcio Ansel­mo, responsável pela investigação que deu origem à Lava Jato.

O entendimento interno na PF é de que, como o GINQ é responsá­vel por todos os inquéritos perante o STF e Superior Tribunal de Justiça (STJ), não só os que envolvem cor­rupção, ele não pode ficar subordi­nado à Coordenação de Combate à Corrupção, mas sim à Direção de Investigação e Combate ao Crime Organizado (DICOR)

Além dessa questão formal, no entendimento de policiais ou­vidos pela reportagem, a neces­sidade do grupo estar atrelado à direção tem por objetivo facilitar a liberação de pessoal e dinheiro necessário para conduzir os in­quéritos em andamento.

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