Tribuna Ribeirão
Política

COMBATE AO AEDES AGYPTI – Agentes estão com medo da violência

A coordenadora seccional de Saúde do Sindicato dos Ser­vidores Municipais de Ribeirão Preto (SSM/RP), Débora Ales­sandra da Silva, está pedindo providências à Secretaria Mu­nicipal da Saúde (SMS) para evitar que agentes de controle de endemias trabalhem sozi­nhos em áreas de risco. Na úl­tima sexta-feira, 16 de março, após receber denúncia, ela fez uma visita surpresa na Zona Oeste e constatou que o traba­lho individual – e não em du­plas – em uma rua a 100 me­tros da Favela das Mangueiras.

“No passado já tivemos inúmeros casos de assalto. Um agente sozinho, ainda mais se for mulher, é presa fácil para gente mal intencionada. Teve agente que perdeu celular, aliança, cor­rentinha, relógio… Levam tudo o que estiver de posse do agente. Até casos de tentativa de estu­pro já tivemos”, informa Débora Alessandra. Ela destaca que, por causa das características do tra­balho, muitos profissionais ficam expostos a criminosos.

“O agente precisa entrar no imóvel. Se ele está sozinho, en­tra e fica a mercê dos morado­res. Seu colega, a um quarteirão de distância, nem sabe em qual residência ele está trabalhan­do”, completa. A categoria co­bra da prefeitura a forma corre­ta de trabalho, em duplas. “Faz parte do nosso trabalho entrar nas casas, falar com as pessoas e cada um é diferente. Em mui­tos lugares lidamos com bêba­dos, usuários de droga, gente mal intencionada… e precisa­mos entrar. É um grande risco, principalmente para quem é mulher”, expôs um agente que não quer ser identificado.

O Boletim Epidemiológico divulgado na quinta-feira, 15 de março, pela Divisão de Vigi­lância Epidemiológica (DVE) da Secretaria Municipal de Saú­de (SMS), aponta aumento de 64,2% nos casos de dengue em Ribeirão Preto em fevereiro, em comparação com o mesmo mês de 2017. O Aedes aegypti – transmissor da doença, da febre chikungunya, do zika vírus e da febre amarela na área urbana – fez 23 vítimas em 2018, contra 14 do mesmo período do ano pas­sado, nove ocorrências a mais.

Apesar de um levantamento feito pelo Departamento de Vigi­lância em Saúde e Planejamento da Secretaria Municipal da Saú­de (SMS) mostrar que, em 2017, Ribeirão Preto registrou o menor número de casos de dengue dos últimos dez anos, com 246 víti­mas do Aedes aegypti – também transmissor da doença, da febre chikungunya, do zika vírus e da febre amarela na área urbana –, em 2018 a situação preocupa.

Segundo o Boletim Epide­miológico da Divisão de Vigilân­cia Epidemiológica (DVE), hou­ve aumento de 64,2% nos casos de dengue em Ribeirão Preto em fevereiro, em comparação com o mesmo mês de 2017. O Aedes aegypti fez 23 vítimas em 2018, contra 14 do mesmo período do ano passado, nove ocorrências a mais. No bimestre, são 63 casos ,da doença no total, contra 30 de 2017, alta de 110%, com 33 pa­cientes a mais.

Já para a chikungunya não houve nenhum caso confirma­do em fevereiro deste ano. No mesmo período do ano pas­sado, foram confirmados oito casos da doença na cidade. No entanto, Ribeirão Preto fechou 2017 com aumento de 355,5% nas ocorrências confirmadas da doença. Os dados mostram que o total saltou de nove para 41, com 32 pacientes a mais no ano passado. Neste ano, fo­ram notificados e investigados, quatro casos de zika vírus, mas nenhum confirmado. Em fe­vereiro de 2017, foram investi­gados 16 casos da doença.

Saúde diz que cumpre normas
Maria Lucia Biagini, chefe da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde, informa que o trabalho dos agentes de combate a ende­mias segue as normas técnicas preconizadas pela Superintendên­cia de Endemias (Sucen) e pelo Mi­nistério da Saúde.

Preocupada com os casos de violência, a Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde promoveu em dezembro do ano passado uma reunião com a Guarda Civil Munici­pal (GCM) para que fossem trans­mitidas aos agentes recomenda­ções visando maior segurança no trabalho. A reunião ocorreu em 19 de dezembro e contou com a pre­sença da superintendente da cor­poração, Mônica da Costa Noccioli.

Segundo Maria Helena Biagini, na tentativa de minimizar esse pro­blema (os furtos e roubos) foram feitas algumas recomendações aos agentes, entre as quais não utili­zarem telefone celular em campo, somente em casos de extrema urgência, não portar qualquer tipo de objeto de valor em campo, tais como brincos, anéis, correntes, pul­seiras, dentre outros, estarem sem­pre atentos quando forem sair de qualquer imóvel, verificando se há nas proximidades algum individuo com atitudes suspeitas e fazer uso da bandeira (colocá-la pendurada na entrada do imóvel) para que o super­visor de campo saiba sua localização.

Apesar das orientações da GCM, Biagini reclama que muitos agentes não seguem as recomendações. “Apesar de a divisão aplicar todos os esforços em orientar seus funcioná­rios quanto a forma preventiva a se­rem tomadas quando do desenvolvi­mento de seus trabalhos, após todo esse movimento, constatamos que a prática do uso do celular indiscri­minadamente e adornos usados pelos agentes em campo continua a mesma”. Ela destaca, ainda que os furtos e roubos ocorrem inde­pendentemente se o agente está trabalhando sozinho ou em dupla. “Verificou-se, através dos boletins de ocorrência, que independente da quantidade de agentes em campo, trabalhando todos juntos ou separa­dos, o furto ou roubo acontece”, diz.

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