O Botafogo entra em campo na noite deste domingo, às 19 horas, contra o Santos, no estádio Santa Cruz, com a missão de derrubar dois tabus, que começaram em 2001, portanto há quase duas décadas: vencer o Peixe e chegar a uma semifinal do campeonato Paulista, quando foi vice-campeão, perdendo a final para o Corinthians, em São Paulo.
Naquele ano, o Pantera fez uma campanha irretocável. Com um elenco jovem – a média de idade era de 22,6 anos, a menor entre os participantes do torneio – o clube terminou a primeira fase da competição em quarto lugar, deixando para trás os grandes São Paulo e Palmeiras. Nas semifinais, venceu a Ponte Preta, que tinha terminado a fase classificatória em primeiro lugar e era grande favorita para chegar às finais.
O time só parou no Corinthians, mas não sem antes segurar um empate por 0 a 0 no Morumbi lotado. O vice-campeonato foi comemorado em Ribeirão Preto como um título. Os jogadores foram recebidos como herois com festa em no estádio Santa Cruz. Cerca de 500 pessoas foram ao local para festejar – com música, hino do time e até fogos de artifício até de madrugada.
O elenco – No gol estava Doni, que jogou no Corinthians, Cruzeiro e Santos antes de chegar ao Juventude, clube no qual conseguiu a chance da sua vida: ficou amigo de Antônio Carlos Zago, que o indicou para a Roma, da Itália, em 2005.
Doni até conseguiu se firmar na Itália por um tempo, conquistando a Copa América de 2007 pela Seleção Brasileira como titular e virando reserva na Copa do Mundo de 2010. Mesmo assim, seguiu alvo de críticas: virou reserva de Júlio Sérgio na Roma, passou discretamente pelo Liverpool (2011 a 2012) e voltou ao Botafogo (2013). Aposentou-se, vítima de problemas cardíacos.
Outros jogadores como Chicão, Chris, Douglas, Gauchinho, Gustavo, Jadilson, Junior, Leandro, Luciano Ratinho e Robert faziam parte do elenco comandado por Lori Sandri.
Triunfo na capital – Vinte e quatro anos antes, no dia 18 de maio de 1977, também no Morumbi, o Tricolor empatava com o São Paulo em 0 x 0 e garantia a conquista inédita da Taça Cidade de São Paulo, que equivalia ao primeiro turno do Campeonato Paulista da Primeira Divisão, feito comemorado até os dias de hoje. O esquadrão era formado por: Aguillera, Manuel, Lorico, Zé Mário e Sócrates, como a melhor equipe que o Botafogo montou em sua história.
Desde seu primeiro acesso, em 1956, o clube permaneceu por 36 anos ininterruptos na Primeira Divisão do futebol Paulista, mas começou a decair na década de 90. Em 1992, foi rebaixado para o Grupo B do Campeonato Paulista, espécie de segunda divisão dentro da elite. Em 1994, o Grupo B tornou-se a Série A2 e o Botafogo disputou, pela primeira vez desde 1956, um campeonato de acesso. A partir de então, o clube viveu um período irregular. Em 1996, voltou à elite, para cair novamente em 1998. Em 1999 subiu mais uma vez e permaneceu firme até 2003.
Após este feito, o Botafogo voltou a ser irregular, sendo mais uma vez rebaixado em 2003. Em 2005, teve o pior resultado de sua história, ao cair para a Série A3 do Paulistão. Foi o nível mais baixo disputado pelo clube desde sua primeira participação no Paulista, em 1947.
Fogão se mantém na elite do Paulista há nove anos
A queda, no entanto, serviu para reavivar o time, que vem se reestruturando desde então. Em 2006, subiu para a Série A2 e, no ano seguinte, quase conseguiu o aceso para a elite, chegando ao quadrangular final e perdendo a vaga por apenas dois pontos. O acesso à Série A1 veio em 2008. Em 2009, o clube disputou pela 42ª vez a divisão de elite do Paulistão, terminando na 15ª colocação, o que garantiu ao clube a permanência na Série A1 em 2010.
Desde então, na elite, o clube oscilou boas e más campanhas. Em 2010 viveu momento histórico ao vencer o São Caetano e comemorar o título do Troféu do Interior, mas em 2011, esteve longe da classificação entre os oito com o 13º lugar. Pior ainda foi em 2012, quando a equipe só escapou da queda na última rodada. No entanto, em 2013, nova boa campanha e com o sétimo lugar, além de disputar as quartas de final com o Mogi Mirim, ainda garantiu uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro, da qual foi campeão em 2015.
No Paulistão há oito anos consecutivos, as três melhores classificações foram em 2013 (sétimo lugar), 2014 (quinto) e sexto em 2017.