Tribuna Ribeirão
Economia

Seis litros de água para R$ 1 de riqueza gerada

O Brasil gasta seis litros de água para cada R$ 1 de riqueza gerada no País. O Indicador de Intensidade Hídrica de Consu­mo integra as Contas Econômi­cas Ambientais da Água, refe­rentes a 2015 e divulgadas nesta sexta-feira, 16 de março, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as ati­vidades econômicas, a que mais consome é a Agropecuária, que gastava 91,58 litros de água a cada R$ 1 produzido, seguida pelas In­dústrias de Transformação, com 3,72 litros a cada R$ 1, Indústrias Extrativas, 2,54 litros, e eletricida­de e gás, com 1,18 litros.

O levantamento inédito tem como objetivo começar a medir os recursos hídricos da mesma forma que o principal indicador macroeconômico do País, o Pro­duto Interno Bruto (PIB). O estu­do, conduzido em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA), segue recomendações da Divisão de Estatísticas das Na­ções Unidas Sobre a eficiência do gasto de água, o Indicador de efi­ciência hídrica mostra quanta ri­queza foi gerada para cada metro cúbico de água consumido pela economia. O Brasil gerou, em média, R$ 169 de riqueza a cada metro cúbico consumido, mil li­tros de água, o equivalente a uma caixa d’água.

Entre as atividades, a menos eficiente foi a Agricultura, que gerou apenas R$ 11 de riqueza a cada caixa d’água consumida em 2015. O setor com maior apro­veitamento foi o de Eletricidade e gás, que gerou R$ 846 para mil litros de água. As Indústrias de Transformação geraram R$ 269, enquanto as Extrativas obtive­ram R$ 393. Segundo o IBGE, o Brasil ainda é um dos poucos países que já elaboraram suas contas econômicas da água, por isso a comparabilidade interna­cional dessas informações ainda está sendo construída. O instituto informou que planeja desenvol­ver contas econômicas também sobre a energia, as florestas e os ecossistemas do Brasil, todos em consonância com as recomenda­ções da ONU.

Recursos renováveis – O Bra­sil tinha 6,2 trilhões de metros cúbicos de recursos hídricos re­nováveis em 2015, o equivalente a 30,3 mil caixas d’água de mil litros para cada brasileiro. O montante é menor do que o registrado nos anos anteriores. Em 2013, o mon­tante de água disponível na su­perfície do território brasileiro era de 7,4 trilhões de metros cúbicos, passando a 7,6 trilhões de metros cúbicos em 2014.

Dos 6,2 trilhões de metros cúbicos de água disponíveis no País em 2015, cerca de 3,2 trilhões foram retirados da natureza para serem usados em alguma ativi­dade econômica. Mais de 99% dessas retiradas são devolvidas à natureza, por meio de usinas hidrelétricas, por exemplo. Ou­tro 0,5% dos recursos hídricos, o equivalente a 30,6 bilhões de me­tros cúbicos, é consumido pelas famílias e pelas empresas.

A Agropecuária foi a ativida­de que captou o maior volume de água diretamente do meio ambiente, 32,5 bilhões de metros cúbicos. O setor de Captação, tra­tamento e distribuição da água foi responsável pela captação de outros 17,1 bilhões de metros cúbicos; e a Indústria de transfor­mação, 6,1 bilhões. As indústrias de transformação e construção tinham 95,7% da água que usa­vam captados diretamente da natureza. Nas indústrias extrati­vas essa proporção era de 99,3%, enquanto que na Agropecuária alcançou 96,6%. Entre as famílias brasileiras, 91,1% da água utiliza­da vinha das empresas de capta­ção, tratamento e distribuição.

O IBGE ressalta que suas Contas Econômicas Ambientais mostram os sinais da crise hídri­ca e da retração das atividades econômicas. O uso per capita de água pelas famílias, que cresceu de 111 litros por dia em 2013 para 114 litros por dia em 2014, encolheu para 108,4 litros por dia em 2015, quando o País já estava em recessão. O volume de água retirada do meio ambiente pelas empresas de distribuição sofreu uma queda acumulada de 3,8% entre 2013 e 2015.

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