Tribuna Ribeirão
Economia

Brasil tem 61,7 mi de ‘nomes sujos’

O volume de brasileiros com contas em atraso e registrados nos cadastros de devedores segue alto. Segundo dados do indica­dor do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confe­deração Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) a estimativa é que o Brasil tenha 61,7 milhões de brasileiros com alguma con­ta em atraso e com o Cadastro de Pessoa Física (CPF) restrito para contratar crédito ou fazer compras parceladas. O número representa 40,5% da população com idade entre 18 e 95 anos.

Em fevereiro, houve um au­mento de 2,71% na quantidade de inadimplentes na comparação com o mesmo mês do ano pas­sado. Na comparação mensal, ou seja, entre janeiro e fevereiro de 2018, o indicador apresentou aumento de 0,55%. O aumento reflete, em boa medida, o avanço da inadimplência observado na região Sudeste – até dezembro de 2017, a legislação do estado de São Paulo exigia o envio de carta com Aviso de Recebimento (AR) como requisito para negativação, dificultando a inclusão de novos registros.

“A estimativa reflete o qua­dro de dificuldades econômicas que as famílias ainda enfrentam, com o alto nível de desemprego e a renda ainda comprimida. Mas não é só a conjuntura que explica fenômeno da inadimplência – em muitos casos, o descuido com as finanças leva à situação de des­controle e ao consequente atraso das contas”, afirma o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.

A estimativa por faixa etária revela que é entre os 30 e 39 anos que se observa a maior frequên­cia de negativados. Em fevereiro de 2018, pouco mais da metade da população nesta faixa etária (51%) tinha o nome registrado em cadastros de devedores. Tam­bém merece destaque o fato de porcentagem significativa da po­pulação com idade entre 40 e 49 anos (49%) estar negativada, da mesma forma que acontece com os consumidores com idade entre 25 a 29 (46%). Entre os mais jo­vens, com idade de 18 a 24 anos, a proporção cai para 20%. Na po­pulação idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, a proporção é de 31%.

É na região Sudeste em que se concentra a maior quantida­de de consumidores com contas em atraso, em termos absolutos: 26,70 milhões – número que responde por 40% do total de consumidores que residem no estado. Outro número calculado pelo SPC Brasil e pela CNDL foi o volume de dívidas em nome de pessoas físicas. Neste caso, a variação negativa foi de 1,20% na comparação anual, e de 0,40% na comparação mensal.

Os dados de dívidas abertos por setor credor revelam que o setor que apresentou a maior alta foi comunicação, com variação de 10,20%, seguido pelos bancos, que teve avanço de 2,31%. Já os setores de água e luz e o de comér­cio observaram queda de, respec­tivamente, 4,25% e 6,78%. Em termos de participação, os bancos detêm pouco mais da metade do total de dívidas (50%). Em segui­da, aparecem o comércio (18%); o setor de comunicação (14%); e de água e luz (8%).

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